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GUERRA SEM LIMITES
Agressor disparou perto do balcão de companhia israelense no Dia da Independência antes de ser morto
Tiroteio mata 3 em aeroporto de Los Angeles
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Um tiroteio no Aeroporto Internacional de Los Angeles (conhecido como LAX) matou ontem três pessoas, elevou o clima de apreensão na população americana e maculou a primeira comemoração do Dia da Independência dos EUA desde os atentados
de 11 de setembro.
Segundo os primeiros relatos
das autoridades, um homem de
52 anos dirigiu-se ao balcão da
companhia aérea israelense El Al
às 11h30 (15h30 em Brasília), sacou uma arma e atirou contra
pessoas que estavam no local, matando uma delas. A seguir, o
agressor foi morto por um segurança da El Al, única companhia
autorizada a manter seguranças
armados em aeroportos dos EUA.
Ao menos outras quatro pessoas teriam sido feridas. Uma delas acabou morrendo pelos ferimentos, e outra, um segurança da
El Al, sofreu ferimentos à faca,
mas ainda não estava claro quem
o teria esfaqueado.
Até o fechamento desta edição,
o governo não havia divulgado a
identidade do suspeito, apenas
sua idade. A TV CNN, citando
fontes policiais, disse que o atirador seria de origem árabe. As autoridades afirmaram que ainda
não podiam determinar se se tratava de um atentado.
A segurança estava reforçada
em todo o país pelo temor de novo ataque terrorista.
Apenas o nome de um dos mortos foi divulgado: Yakov Aminov,
um morador de Los Angeles, de
46 anos, que fora levar amigos ao
aeroporto.
Além do tiroteio, a queda de um
pequeno avião perto de Los Angeles deixou um morto e aumentou
os temores de atentados (leia texto abaixo).
Embora a data comemorativa e
o nome El Al indicassem a probabilidade de o incidente no aeroporto ser um atentado, autoridades policiais diziam não haver indícios apontando para isso.
Uma testemunha ouvida pela
CNN disse que, antes de iniciar o
tiroteio, o homem teria gritado:
"Essa companhia tirou o meu emprego". Isso poderia indicar que o
autor dos disparos seria um ex-funcionário da companhia aérea.
Para Richard Garcia, agente do
FBI em Los Angeles, o tiroteio no
aeroporto parece ter sido um crime isolado. "Não há evidências de
um ataque terrorista", disse ele.
O chefe do Departamento de
Polícia de Los Angeles, Horace
Frank, disse que pessoas estavam
sendo interrogadas e que uma
"investigação ampla" havia sido
iniciada. "Ainda não há razão para acreditar que o incidente tenha
ligações com terrorismo", disse
ele. "A investigação ainda está no
estágio inicial."
No entanto, para o ministro dos
Transportes de Israel, Efraim
Sneh, o incidente pode ter sido
um ataque terrorista. "Organizações, principalmente extremistas
islâmicos, planejam atingir alvos
israelenses fora [do Estado judeu", e um aeroporto é o alvo preferido", disse ele.
Em dezembro de 1985, terroristas jogaram granadas e abriram
fogo com armas semi-automáticas no balcão da El Al no aeroporto de Roma, matando 17 pessoas.
Do terminal onde o tiroteio
ocorreu (de nome Thomas Bradley) saem a maioria dos vôos de
companhias aéreas internacionais em Los Angeles, incluindo a
Varig (leia texto abaixo). Depois
do incidente, milhares de pessoas
foram retiradas do prédio e formaram uma multidão na frente
do aeroporto. Decolagens e pousos foram suspensos. Cerca de
900 mil pessoas planejavam embarcar ou desembarcar do aeroporto durante as comemorações
do Dia da Independência. Todo
ano, mais de 60 milhões de pessoas passam pelo aeroporto de
Los Angeles, o terceiro mais movimentado do mundo.
Independentemente da motivação dos incidentes de ontem, eles
revelaram fissuras na alta segurança estabelecida em aeroportos
e rotas aéreas em todos os EUA
desde os atentados de 11 de setembro contra Nova York e o Pentágono.
Essa segurança havia sido elevada ainda mais na última semana,
em decorrência das celebrações
do 4 de Julho, data de comemoração da independência do país.
Todas as emissoras de TV trocaram os programas festivos que
haviam preparado para uma cobertura sóbria e tensa. Milhares
de pessoas desistiram de comparecer aos cerca de 2.100 eventos
comemorativos programados para ontem.
O último tiroteio num aeroporto dos EUA ocorreu em Nova Orleans, em maio. Patrick Gott, um
muçulmano, abriu fogo no balcão
de passagens do aeroporto da cidade, matando uma pessoa e ferindo uma segunda. Gott disse que atirou porque as pessoas começaram a rir de seu turbante.
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