São Paulo, segunda-feira, 05 de julho de 2004

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ELEIÇÃO NOS EUA

Empatados em pesquisa, republicano e democrata aproveitam Dia da Independência para buscar votos

Bush e Kerry fazem campanha no 4 de Julho

Hector Mata/France Presse
O democrata John Kerry participa de comemoração do 4 de Julho em Cascade, no Estado de Iowa


DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush, candidato à reeleição, e o seu rival democrata, senador John Kerry, aproveitaram ontem a comemoração do Dia da Independência dos EUA para deslanchar suas campanhas num momento em que estão tecnicamente empatados, de acordo com uma pesquisa divulgada ontem.
Enquanto Kerry tentava se esquivar de perguntas sobre quem sairá como vice na chapa dos democratas, Bush se esforçava para levar uma mensagem de confiança sobre o papel dos EUA no mundo ao visitar o Estado da Virgínia Ocidental, depois da contínua queda de aprovação do seu governo devido à maneira como a Guerra do Iraque foi conduzida.
"Como em outros tempos, os americanos estão servindo e se sacrificando para manter este país seguro e levar liberdade aos outros", disse Bush, destacando o sucesso militar na deposição da milícia extremista Taleban no Afeganistão (final de 2001) e do ditador iraquiano Saddam Hussein (em abril de 2003).
Bush descreveu os EUA como "o campeão mundial em liberdade" e disse que não se pode negociar com terroristas. "Nós temos de ser implacáveis e determinados e fazer nossa obrigação."
Na Virgínia Ocidental, Estado com grande contingente de militares veteranos, Bush exaltou os sacrifícios dos soldados americanos no Iraque e no Afeganistão, incluindo os 989 mortos e os 5.726 feridos nesses países.
"Cada um será honrado pelo nosso país eternamente", disse o presidente diante de centenas de pessoas.
Segundo analistas, o Dia da Independência deu a oportunidade de o presidente se posicionar além dos limites partidários e entrar em contato com os eleitores num feriado que valoriza a instituição da Presidência. "Pessoas olham para ele [Bush] com olhos bem menos partidaristas no 4 de Julho", disse Calvin Jillson, professor de ciência política da Universidade Metodista Sulista.
O feriado encerrou uma semana que começou com a devolução antecipada pelas autoridades americanas do poder no Iraque a um governo interino e foi marcada pela aparição desafiadora do ex-ditador Saddam Hussein em um tribunal em Bagdá.
Pesquisas de opinião pública revelam queda na aprovação do governo Bush, sugerindo que o público está se tornando cada vez mais cético sobre a validade da Guerra do Iraque e a justificativa dada para a invasão pelo governo dos EUA em março de 2003.
A escolha de Bush para passar o 4 de Julho na Virgínia Ocidental não foi ocasional. Embora Bush tenha derrotado o democrata Al Gore no Estado em 2000, os democratas superam os republicanos em dois para um. Recente pesquisa de opinião sugere que Kerry, um condecorado veterano da Guerra do Vietnã, estaria à frente de Bush no Estado, lar de dois símbolos da Guerra do Iraque: as soldados Jessica Lynch, ferida no Iraque, e Lynndie England, acusada de abusar de detentos iraquianos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.
Já o 4 de Julho do candidato democrata à Casa Branca foi marcado pelo crescimento da expectativa sobre quem será o vice. Kerry passou a data com o governador de Iowa, Tom Vilsack, potencial companheiro de chapa, após fazer campanha em Minnesota e em Wisconsin. Perguntado várias vezes se o governador de Iowa seria seu vice, Kerry respondia: "É um grande dia. Quatro de julho".
O senador de Massachusetts tem uma ligeira vantagem sobre Bush, com 45% das intenções de voto contra 44% do presidente, segundo uma pesquisa da cadeia CBS e do jornal "New York Times". A margem de erro é de três pontos percentuais para cima ou para baixo. Foram entrevistados 1.053 adultos por telefone entre os dias 23 e 27 de junho.

Com agências internacionais


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