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São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2003

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Para EUA, Saddam é questão de tempo

Marwan Naamani/France Presse
Pichação em Tikrit, cidade em que Saddam foi criado, diz "sim" ao ex-ditador e que "todo o Exército dos EUA é gay e homossexual"


DA REDAÇÃO

As forças americanas no Iraque capturaram ontem 80 pessoas em uma operação na região de Tikrit, a cidade em que Saddam Hussein foi criado, e anunciaram que a prisão do ex-ditador iraquiano é apenas "uma questão de tempo".
Entre os detidos, estariam dois funcionários de médio escalão do regime deposto, cujos nomes não foram divulgados, e um chefe da resistência local.
A operação envolveu cerca de 300 soldados, veículos blindados e helicópteros. Tikrit (norte) forma com Bagdá (centro) e Fallujah (oeste) os vértices do chamado Triângulo Sunita, foco de ataques às forças ocupadoras. Eles mataram 53 americanos só no pós-guerra. Na capital, um novo ataque a bomba deixou três soldados americanos feridos.
A ação de ontem também tinha como objetivo apreender armas e dinheiro usados pela resistência e impedir o acesso do ex-ditador a eventuais esconderijos.
"[Pegá-lo] é só uma questão de tempo", disse a major Josslyn Aberle, porta-voz da 4º Divisão de Infantaria. "Ele não pode ficar muito tempo no mesmo lugar."
Embora os EUA já tenham capturado cerca de dois terços da lista de iraquianos mais procurados e matado os dois filhos mais velhos de Saddam, o ex-ditador está desaparecido desde o início de abril.
Cerca de cem supostos aliados de Saddam estão na Penitenciária Central de Bagdá, antiga prisão de Abu Ghraib, que a Autoridade Provisória da Coalizão (APC) reinaugurou ontem. O complexo, que já abrigou 20 mil detentos, hoje guarda 500 pessoas -criminosos comuns em sua maioria.
A melhora da segurança no país é uma das prioridades da APC. Saddam libertou 40 mil criminosos em outubro de 2002.

ONU e Brasil
Washington e Londres, que lideraram a invasão do Iraque em março, pediram à ONU uma reunião sobre a reconstrução do país. O evento foi marcado para o próximo dia 21.
Os EUA buscam ajuda em outros países para reduzir seu contingente no Iraque, hoje em 148 mil homens. Mas potências militares, como a Rússia e a França, condicionaram seu apoio à aprovação de uma nova resolução pela ONU. Não está claro se o debate do dia 21 envolverá a proposta de uma nova resolução.
O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse à France Presse, durante evento do Mercosul em Montevidéu, que o país não pretende enviar soldados ao Iraque.
"O Brasil, neste momento, não pensa em nada [disso]", disse Amorim, que acrescentou que "não está claro sob qual comando operacional atuaria" a força.

Com agências internacionais

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