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GUERRA CIVIL
Etnia tutsi se volta contra Kabila, que denuncia ataque ao país
Rebeldes tomam 2 cidades no Congo e ameaçam o novo regime
das agências internacionais
Forças de segurança do Congo
(ex-Zaire) informaram ontem que
as duas principais cidades do leste
do país, Goma e Bukavu, foram
tomadas por forças rebeldes que
desafiam o governo do presidente
Laurent Desiré Kabila.
Segundo as mesmas fontes,
combates também estavam ocorrendo em outras cidades da região.
Foi dessa área que partiu a campanha do próprio Kabila que há cerca de um ano derrubou do poder o
ditador Mobutu Sese Seko, que
governava o país -então chamado Zaire- havia 32 anos.
As tropas rebeldes lideradas por
Kabila, que tomaram o controle
de Kinshasa (capital) em 17 de
maio do ano passado e rebatizaram o país como República Democrática do Congo, eram compostas principalmente por membros da etnia tutsi e contavam com
o apoio de forças militares de
Ruanda, país vizinho dominado
pelos tutsis.
Antes uma aliada, a etnia, minoritária no Congo, se volta agora
contra o ex-comunista Kabila.
Em Kinshasa, testemunhas relataram que centenas de membros
da etnia foram detidos. Dois importantes integrantes do gabinete
de Kabila, seu ministro das Relações Exteriores, Bizima Karaha, e
Deogratias Bugera, assessor presidencial, ambos tutsis, abandonaram o país.
A capital foi palco de choques
anteontem, disseram testemunhas. Não foram divulgadas estimativas de mortos ou feridos nos
conflitos.
Outra versão
O governo congolês afirmou ontem não ser alvo de uma rebelião,
mas de uma agressão que estaria
sendo lançada por Ruanda.
"Dizemos explicitamente que
Ruanda está nos atacando. Não há
nenhuma rebelião. Está ocorrendo uma agressão por parte de
Ruanda", disse ontem Didier Mumenge, porta-voz do governo.
Ao ser questionado sobre como
o Congo iria responder às supostas agressões, Mumenge disse:
"Estamos sendo atacados. Só podemos responder militarmente".
A fronteira entre os dois países foi
fechada.
Autoridades dos EUA afirmaram estar discutindo com países
africanos uma forma de pôr fim
aos conflitos iniciados no Congo.
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