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SEGURANÇA
Prédios em SP e RJ estão na lista das 8 sedes diplomáticas americanas no exterior mais vulneráveis a ataques
EUA vêem risco a consulados no Brasil
MARCIO AITH
de Washington
Os prédios onde estão localizados os consulados norte-americanos em São Paulo e no Rio de Janeiro estão entre as oito instalações diplomáticas dos EUA mais
vulneráveis a ataques terroristas
em todo o mundo.
A informação consta de um documento feito pelo Departamento de Estado norte-americano sobre a vulnerabilidade das 256 embaixadas e consulados dos EUA
ao redor do globo.
O estudo foi anunciado ontem
em razão da proximidade do aniversário de um ano dos atentados,
atribuídos a extremistas islâmicos, nas embaixadas dos EUA no
Quênia e na Tanzânia, na África,
que mataram 224 pessoas.
Ao menos oficialmente, a razão
da inclusão dos dois consulados
no Brasil na lista dos prédios mais
vulneráveis é física e não foi motivada por informações secretas de
que grupos terroristas planejariam atentados nos dois locais.
"Com relação a esses dois consulados, nossa preocupação é a
localização", disse ontem Peter
Bergin, secretário-assistente para
segurança diplomática do Departamento de Estado. "Elas estão
praticamente nas ruas, são fisicamente vulneráveis."
Os EUA já procuram novas sedes para seus consulados de São
Paulo e Rio de Janeiro (leia texto
abaixo).
O consulado dos EUA em São
Paulo está situado na rua Padre
João Manuel, cercado por prédios
na região nobre dos Jardins. O do
Rio, também cercado por prédios, está na avenida Presidente
Wilson, no centro da cidade.
À frente desses dois consulados
na lista de prédios cuja mudança
de localização é mais prioritária
estão apenas as seguintes embaixadas e consulados: os dois prédios destruídos no Quênia e na
Tanzânia; o consulado em Istambul, na Turquia; a embaixada em
Túnis, na Tunísia; a embaixada
em Campala, em Uganda e a embaixada em Zagreb, na Croácia.
O maior problema dos consulados em São Paulo e no Rio, segundo o Departamento de Estado, é a
proximidade excessiva das ruas
onde se encontram.
Segundo um parâmetro de segurança norte-americano, a distância mínima entre a embaixada
(ou consulado) e as ruas e prédios
ao seu redor deve ser de no mínimo 30 metros.
Desde os atentados na África, o
governo norte-americano fracassou em todas as suas alternativas
mais imediatas para reduzir a vulnerabilidade dos consulados em
São Paulo e no Rio.
A primeira dessas alternativas
foi solicitar às prefeituras das
duas cidades a interdição das ruas
onde eles se localizam. As solicitações não foram aceitas.
Outra opção seria comprar terrenos e imóveis ao redor dos dois
consulados, para destruir os pontos adquiridos e criar uma ""área
de segurança". No entanto, a especulação imobiliária e o número
de prédios nas duas áreas dificultam essa opção.
A saída seria mudar o endereço
dos dois consulados, mas dificuldades políticas do presidente Bill
Clinton dificultam essa opção.
Depois dos atentados na África,
Clinton pediu ao Congresso um
orçamento especial de US$ 3 bilhões para reformar e comprar
terrenos para mudar o endereço
de embaixadas e de consulados ao
redor do mundo.
O Congresso só autorizou US$
300 milhões, discordando da lista
de prioridades feita pelo Departamento de Estado. O assunto está
ainda em debate.
Por enquanto, os EUA tomam
providências pouco usuais. Em
Kuala Lumpur, capital da Malásia, compraram um posto de gasolina e uma loja de conveniências ao lado da embaixada para
destruir essas construções e criar
um ""espaço livre de segurança".
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