São Paulo, Quinta-feira, 05 de Agosto de 1999
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Presidente afirma que diálogo leva a "cenário de democracia"

das agências internacionais

O presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, reiterou ontem sua intenção de dialogar com as guerrilhas esquerdistas e de combater o cultivo e o tráfico de drogas.
"A Colômbia enfrenta duas guerras nitidamente diferenciadas: a guerra do narcotráfico contra o país e o mundo e o enfrentamento da guerrilha contra a atual ordem social", disse Pastrana.
O governo "sabe muito bem que, com o narcotráfico, não existe nem deve existir entendimento algum. Com a guerrilha, é possível dialogar para construir um cenário de democracia", afirmou o presidente, ao lado do chefe do Comando Sul dos EUA, general Charles Wilhelm.
A Colômbia é o primeiro produtor mundial de cocaína. Wilhelm acusou ontem alguns guerrilheiros de colaborar com membros do narcotráfico, em troca de dinheiro.
Para fortalecer a luta contra o narcotráfico, 3.000 soldados colombianos foram mobilizados para vigiar 8.000 km de rios, principalmente no sul do país, onde se concentra a maior parte do cultivo de drogas.
A Colômbia vive um conflito em que se enfrentam guerrilheiros de esquerda, Exército e forças paramilitares direitistas.
Os principais grupos guerrilheiros são as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, maior guerrilha do país, com cerca de 15 mil homens) e o ELN (Exército de Libertação Nacional), que controlam 40% do território do país. O conflito já causou mais de 30 mil mortes desde seu início, nos anos 60.
Em seu primeiro ano de governo, Pastrana tem priorizado as negociações de paz com os grupos guerrilheiros.
O governo voltou a pedir "reconciliação" com a ELN desde que o grupo liberte os mais de 60 reféns que mantém em seu poder.



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