São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2011

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Líbio torturado quer desculpas por cooperação de espionagem

DO GUARDIAN
DE SÃO PAULO


Abdul Hakim Belhaj, membro da cúpula do comando rebelde líbio, exigiu desculpas dos EUA e do Reino Unido por ter sido capturado, torturado e entregue ao ditador Muammar Gaddafi em uma ação do MI-6, o serviço secreto britânico, e da CIA, seu equivalente americano.
A ligação de espiões americanos e britânicos com o regime de Gaddafi foi revelada anteontem por documentos encontrados por jornalistas e ativistas na sexta-feira em um edifício abandonado do serviço secreto líbio, em Trípoli.
O episódio chamou a atenção para o envio de prisioneiros suspeitos de terrorismo pela CIA a países com fama de praticar tortura.
A prisão aconteceu em março de 2004. Belhaj pertencia a um grupo islâmico opositor de Gaddafi e tentava asilo no Reino Unido.
O MI-6 e a CIA o prenderam -junto com sua mulher grávida- em um voo da British Airways na Malásia.
Belhaj disse que ficou sob custódia de agentes da CIA, que o torturaram, drogaram com um tipo de soro da verdade e o interrogaram.
"Me amarravam pelas mãos e pelas pernas em uma parede e me colocavam em um contêiner cercado de gelo. Não me deixavam dormir. Então me mandaram para o meu inimigo", disse. Belhaj foi levado a Trípoli e entregue ao serviço secreto de Muammar Gaddafi, onde ficou preso por seis anos.
"Não fui autorizado a tomar banho por três anos", afirmou. "Me mantiveram em uma cela isolada. Fui torturado regularmente", afirmou.

ALEMANHA
Documentos de espiões de Gaddafi revelaram que o governo alemão também recebeu informações da inteligência líbia, segundo o jornal alemão "Bild". Entretanto, os alemães não teriam atuado diretamente em operações.


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