São Paulo, Domingo, 05 de Setembro de 1999
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Maior onda de fome ameaça Angola
O país, castigado por guerra civil, enfrenta a ameaça da maior onda de fome em sua história, segundo uma agência da ONU; falta de comida mata pelo menos 200 por dia e cresce o conflito entre governo e rebeldes
da Redação

Angola, país conhecido como um dos mais ricos da África em recursos minerais, vive à beira de uma das maiores catástrofes humanas do século 20, informa Carlos Eduardo Lins da Silva. Angola é o pior país do mundo para uma criança viver, segundo relatório do Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância.
A guerra entre governo e rebeldes divide o país, arrasa a infra-estrutura econômica, provoca o deslocamento de milhares de refugiados, golpeia o frágil sistema de saúde e resulta no surgimento de campos de refugiados com condições precárias de higiene.
Além da falta de comida, o país enfrenta a expansão de moléstias como a malária e a ""doença do sono", segundo o jornalista angolano Luís Fernando. ""Até enfermidades outrora controladas voltam a ganhar nova dimensão", escreve ele.
Apesar dos apelos de órgãos ligados à ONU, a comunidade internacional reage lentamente. Organizações de ajuda a refugiados afirmam que a guerra de Kosovo, na Iugoslávia, afetou a captação de donativos.
Na semana passada, o líder rebelde Jonas Savimbi disse ao jornal francês ""Libération" estar disposto a negociar uma saída pacífica. O governo rechaçou a proposta. Classificou-a de ""tática para colocar pressão" sobre o regime angolano e acusou Savimbi de manter os ataques.


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