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EUROPA
Bloco poderá ter 25 países em 2004, segundo fonte
Comissão Européia deverá abrir as portas para 10 novas adesões à UE
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
Na próxima quarta-feira, a Comissão Européia deverá dar parecer favorável à entrada de dez países na União Européia (UE), que,
de acordo com a instituição, respeitam os critérios estabelecidos
para a adesão, segundo fontes ligadas à UE. Estas admitiram que
a Turquia não apenas estará fora
da primeira onda de expansão
mas também ficará sem data marcada para o início de suas negociações com o bloco continental.
O órgão executivo da UE recomendará a entrada da Polônia, da
Hungria, da República Tcheca, da
Eslováquia, da Eslovênia, da Lituânia, da Letônia, da Estônia, de
Malta e de Chipre. Também indicará 2007 como objetivo para a
adesão da Romênia e da Bulgária.
"A situação da Turquia é complexa. Há preocupação com os
abusos aos direitos humanos cometidos no país. Mas essa questão
começou a ser resolvida em agosto, quando Ancara tomou medidas ousadas, como o fim da pena
de morte", apontou Anne-Marie
Le Gloannec, especialista em UE
do Centro Marc Bloch (Berlim).
"Além disso, a transformação
da pena de morte do líder curdo
Abdullah Ocalan em prisão perpétua também influenciou positivamente a UE. Contudo há uma
corrente influente em Bruxelas e
em alguns países do bloco que crê
que a Turquia ainda seja muito
distante e demasiado diferente
dos outros membros da UE."
Mesmo assim, o vice-premiê
turco, Mesut Yilmaz, mostrou-se
otimista quanto as chances de seu
país. "Caberá aos chefes de Estado
e de governo definir uma data para a entrada da Turquia no bloco,
não à Comissão Européia." Segundo Le Gloannec, os burocratas europeus não quiseram pronunciar-se por conta da decisiva
eleição legislativa turca de 3 de
novembro próximo.
Um teste para as chances da
Turquia será a negociação sobre
Chipre. Desde 1974, a ilha é dividida em duas partes: uma majoritária -e reconhecida internacionalmente-, controlada pelos habitantes de origem grega; outra
minoritária, controlada pela população de origem turca. "A UE
não exige a reunificação, mas, se
for necessário, aceitará apenas a
parte grega", disse Le Gloannec.
Apesar dos esforços da Comissão Européia, sabe-se, em Bruxelas, que a não-aprovação do Tratado de Nice (2000) pela Irlanda,
num referendo que será realizado
em 19 de outubro próximo, poderá alterar o calendário.
A Irlanda, cuja população já rejeitou o Tratado de Nice -que
prevê a adaptação das instituições
européias para permitir as novas
adesões- uma vez, é o único país
que depende do crivo popular para aprová-lo. Os outros 14 Estados
só têm votação no Parlamento.
Esperava-se que quatro ou cinco países fizessem parte da primeira onda de expansão. A provável mudança indica que o valor
político das adesões é alto. Porém
esse é só um dos desafios da ampliação. Restam a reforma da Política Agrícola Comum, a criação da força de reação rápida, a adaptação dos fundos estruturais etc.
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