São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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ESTRATÉGIA

Hipótese preocupa a China e a Coréia do Norte

Japão avalia possibilidade de fazer ataques militares preventivos

DA REDAÇÃO

O Japão deveria reavaliar sua política de segurança exclusivamente defensiva, podendo até dotar-se da capacidade de realizar ataques preventivos, mas não deveria pensar em ter armas nucleares, segundo recomendações feitas ontem por um painel consultivo ao premiê Junichiro Koizumi.
A opinião do painel, composto por acadêmicos e empresários, servirá de base para uma abrangente reforma do aparato de defesa japonês, que vem sendo analisada. Tóquio quer introduzir as alterações até o final do ano.
"O Japão quer construir uma estrutura de defesa que responderá de modo flexível e dinâmico a diferentes ameaças", afirmou Koizumi, em Tóquio, após receber o relatório do painel.
O texto diz que o Japão deverá estudar a possibilidade de desenvolver capacidades ofensivas para atacar bases de mísseis quando todas as outras alternativas para conter um ataque com mísseis estiverem esgotadas -uma posição que, certamente, desagrada à China e à Coréia do Norte.
"Um julgamento amplo é necessário, e a decisão só poderá ser tomada depois que forem verificadas a eficácia e a capacidade de dissuasão da estratégia dos EUA e a credibilidade do sistema de defesa antimísseis", diz o relatório.
Uma amostra do quanto o tema é delicado é o fato de o texto não citar o termo "ataque preventivo". O painel também aconselhou o governo a abandonar seu veto à exportação de armas para os EUA e, provavelmente, para outros países. A medida preocupa analistas, pois seria um duro golpe na Constituição pacifista do país.
"O relatório do painel de especialistas faz sugestões ousadas sobre questões que, por um longo tempo, eram consideradas um tabu para os japoneses", afirmou Tetsuo Maeda, professor de relações internacionais na Universidade Internacional de Tóquio.


Com agências internacionais


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