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Escolas americanas precisam de segurança eficaz, diz especialista
Para Hilda Quiroz, detectores e cercas não resolvem o problema; crianças devem ser ensinadas a pedir ajuda e adultos têm de "agir ao primeiro alerta"
RAUL JUSTE LORES
DA REPORTAGEM LOCAL
A tragédia das cinco meninas
assassinadas em uma escola da
comunidade amish esquentou
o debate sobre a segurança nas
escolas americanas. O presidente George W. Bush convocou uma reunião com as maiores autoridades e especialistas
em segurança e educação para
enfrentar o problema.
Diretora do Centro Nacional
de Segurança Escolar, da Califórnia, um centro de estudos, a
pedagoga Hilda Quiroz disse à
Folha que "as escolas terão que
desenvolver a arte de continuarem a ser lugares agradáveis e
de acolhida, mas com esquemas efetivos de segurança".
A tragédia na comunidade
amish não foi o único caso na
última semana. Há sete dias,
um atirador de 53 anos invadiu
uma escola no Estado do Colorado, fez um grupo de seis alunas reféns, abusou sexualmente de todas, matou uma delas e
se suicidou. Na sexta passada,
um aluno de 15 anos matou a tiros o diretor de sua escola em
Wisconsin.
Os episódios recordam a
morte de 12 alunos e um professor na escola Columbine, em
1999, mortos por dois adolescentes armados, que se mataram na seqüência. O caso inspirou dois filmes, "Tiros em Columbine", de Michael Moore, e
"Elefante", de Gus van Sant.
Detectores de metais, câmeras e cercas já são instalados
nas escolas dos principais centros urbanos do país. Mas, para
Hilda Quiroz, antes de transformar as escolas em fortalezas, dá para criar planos de segurança que envolvam a comunidade. Visitantes precisam ser
identificados e alunos e professores têm que saber agir ao primeiro alerta.
Estudantes como os de Columbine ou o que matou o diretor na semana passada, "podem
ser adolescentes com problemas mentais ou que têm histórico de humilhação ou intimidação pelos próprios colegas".
O fenômeno é chamado de
"bullying". Segundo ela, há fortes laços entre o bullying e a
violência em uma escola.
"As crianças têm que ser ensinadas a pedir ajuda e devem
saber a quem recorrer. Adultos
têm que ser lembrados de
quando há um pedido de ajuda,
eles devem levá-lo a sério e
agir." Quiroz diz que fortalecer
o senso de conexão e participação de cada membro da comunidade escolar fortalece essa
comunicação.
Para que funcione, a especialista sugere que as escolas tenham "planos de segurança",
em que professores, alunos e
pais participem, e saibam como
agir em uma emergência.
O que Hilda sugeriria ao presidente Bush? Para ela, segurança não é mais um assunto
sobre a mesa. "Fatos como o
desta semana ainda são raros.
Mas a segurança é a própria
mesa que apóia todas as missões escolares. As crianças têm
de se sentir seguras e as escolas
têm de ser tratadas como uma
prioridade, tanto na pesquisa e
no financiamento quanto no
treinamento."
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