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3.200 presos em mina são resgatados na África do Sul
Sindicato acusa empresa proprietária de negligenciar inspeção de segurança
Alguns mineiros ficaram por 30 horas no subsolo; após acidente, governo estuda mudança nas exigências de segurança para o setor
DA REDAÇÃO
Foram resgatados com vida
os 3.200 trabalhadores presos
anteontem em uma mina de
ouro a 80 km de Johannesburgo, na África do Sul, após uma
pane nos cabos elétricos do elevador principal. Alguns ficaram
quase 30 horas no subsolo, onde a temperatura chegava a
40ºC. Não havia comida ou
água, segundo Sethiri Thibile,
32, um dos primeiros mineiros
retirados.
A Harmony Gold -dona da
mina de Elandsrand, onde
ocorreu o acidente- afirma
que todos estão bem. A porta-voz da companhia disse que comida e água foram providenciadas assim que a equipe de
resgate retomou o contato com
os trabalhadores, cerca de 12
horas após a pane nos cabos.
Um elevador de carga foi usado para trazer os trabalhadores
à superfície, mas a capacidade
reduzida, de 75 pessoas por vez,
tornou o trabalho lento. Eles
chegaram "estressados, exaustos, mas aliviados por sair", disse Peter Bailey, diretor de saúde e segurança do Sindicato de
Mineiros da África do Sul.
Foi o acidente com maior número de envolvidos já ocorrido
no país, onde 440 mil trabalham na mineração -cujos negócios tornam a bolsa de valores de Johannesburgo a 10ª do
mundo. As minas da África do
Sul, principal produtora mundial de ouro, platina e diamante, atraem, inclusive, imigrantes de outras nações africanas.
A Harmony, quinta empresa
mundial no setor, é acusada pelo sindicato de negligenciar as
inspeções de segurança. Na semana passada, o procedimento
teria sido feito em apenas meia
hora no poço onde ocorreu o
acidente, e não durante um dia
inteiro -tempo de rotina, segundo Bailey.
O presidente da companhia,
Patrice Motsepe, prometeu
melhorar as condições de segurança. "Nós temos que nos
comprometer, mais uma vez, a
nos focar em segurança neste
país; nosso histórico, como
companhia e como indústria,
deixa muito a desejar", afirmou. Outra mina está sendo escavada sob as instalações onde
ocorreu o acidente, fechadas
apenas temporariamente.
Após uma visita ao local, a
ministra de Minerais e Energia,
Buyelwa Sonjica, disse que pretende tornar mais rígida a legislação para o setor. "Não digo
que seja uma crise, dado que a
mineração é por natureza perigosa e portanto acidentes como
este vão acontecer, mas acho
que há espaço para melhorias."
No ano passado, cerca de 200
mineiros sul-africanos morreram em acidentes.
Com agências internacionais
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