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ORIENTE MÉDIO
Oposição não consegue derrubar governo; palestino se explode em shopping de Israel e choques matam 7 palestinos
Sharon vence no Parlamento; suicida mata 2
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, venceu moção de desconfiança ontem no Knesset (Parlamento) a que foi submetido após
ter perdido, na semana passada, a
maioria para governar. Pouco antes da votação, um suicida palestino se explodiu em um shopping
aberto em Kfar Saba, perto de Tel
Aviv, matando pelo menos dois
israelenses e ferindo dezenas.
A vitória de Sharon no Knesset
ocorreu graças à abstenção do
partido Israel Beiteinu. Como o
Parlamento israelense possui 120
cadeiras, seus opositores precisavam de pelo menos 61 votos para
derrubar o governo do premiê.
Obtiveram 58.
"Mesmo que o governo não tenha caído hoje, cairá na semana
que vem", disse Yossi Sarid, líder
do partido Meretz (esquerda),
que levou a moção de desconfiança à votação.
A coalizão de Sharon possui 55
representantes no Knesset. O premiê perdeu a maioria na semana
passada, quando os 25 membros
do Partido Trabalhista deixaram
o governo, entre eles os ex-ministros Shimon Peres, das Relações
Exteriores, e Binyamin Ben Eliezer, da Defesa.
Eles divergiam sobre a destinação de uma verba de US$ 145 milhões que Sharon quer direcionar
para assentamentos judaicos nos
territórios palestinos ocupados.
Os trabalhistas queriam que o dinheiro fosse para áreas sociais.
Sharon negocia agora a entrada
do União Nacional-Israel Beiteinu (7 deputados) no governo. O
premiê enfrenta divergências
dentro de seu partido, o Likud. O
ex-premiê Binyamin "Bibi" Netanyahu (1996-99) repetiu ontem
que somente aceita o cargo de
chanceler, para o qual foi convidado por Sharon, se novas eleições forem convocadas em breve.
O premiê disse não ter ficado satisfeito com a condição, mas que
ainda analisaria as condições de
Netanyahu, que busca reassumir
a liderança do Likud e, assim, voltar a ser primeiro-ministro em caso de vitória nas eleições.
Explosão
O grupo extremista Jihad Islâmico assumiu a autoria do atentado de ontem. O terrorista que cometeu o ataque foi identificado
como Nabil Sawalha, 20. Ele seria
da cidade palestina de Qalqylia
(Cisjordânia), que fica perto da
divisa com Israel e de Kfar Saba. A
explosão aconteceu diante de
uma loja de materiais eletrônicos,
que ficou destruída. Um dos mortos é o segurança da loja, que impediu a entrada do terrorista.
O atentado ocorreu no dia em
que o ex-comandante linha-dura
das Forças Armadas Shaul Mofaz
assumiu o Ministério da Defesa.
David Baker, assessor de Sharon, disse que o atentado "demonstra que o terror palestino
não tem limites e visa especificamente civis inocentes".
A ANP (Autoridade Nacional
Palestina) não se manifestou sobre o ataque de ontem.
Em Nablus (Cisjordânia), um
militante do grupo extremista
Hamas e outro palestino foram
mortos na explosão de um carro.
Autoridades palestinas acusaram
Israel. Os israelenses negaram envolvimento.
Em três incidentes separados,
cinco palestinos foram mortos
por soldados israelenses na faixa
de Gaza. A ANP disse que todos
eram civis. Israel afirma que eles
estavam armados e morreram em
choques com os soldados. Ao menos 1.645 palestinos e 623 israelenses morreram desde a eclosão
da Intifada (o levante palestino
contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.
Com agências internacionais
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