São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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Anistia Internacional acusa Israel de cometer "crimes de guerra"

DA REDAÇÃO

A Anistia Internacional acusou Israel de ter cometido "crimes de guerra" nas suas incursões nas cidades palestinas de Jenin e Nablus (Cisjordânia) durante a operação Muro Protetor, entre março e maio deste ano.
A organização de defesa dos direitos humanos afirmou ainda que o atual ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, deveria ser julgado por crimes de guerra por essas ações nos territórios palestinos. Na época, Mofaz era comandante das Forças Armadas.
De acordo com a Anistia, há "provas claras de que algumas ações do Exército israelense foram crimes de guerra". Israel, afirma a organização, "matou pessoas sem julgamento, torturou e tratou de maneira inadequada prisioneiros e destruiu indiscriminadamente centenas de casas".
Além disso, segundo a Anistia, Israel teria bloqueado o acesso de ambulâncias a essas cidades, impedido o trabalho de ajuda humanitária e utilizado palestinos como "escudos humanos" durante buscas de militantes.
Para finalizar, a Anistia diz que as autoridades israelenses falharam ao não levar para a Justiça os autores "dessas graves violações aos direitos humanos".
Israel nega as acusações da Anistia. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Daniel Taub disse que a organização ignorou as razões que levaram os militares a realizarem as incursões. Segundo ele, os palestinos utilizaram áreas residenciais e ambulâncias no planejamento de atentados terroristas.
O ex-chanceler Shimon Peres, que deixou o cargo na semana passada, afirmou que estavam dando muito peso para o relatório. "A Anistia é uma organização que tenta criar um mundo melhor, mas não são juízes", disse.
Em julho, a Anistia Internacional divulgou outro relatório afirmando que os atentados suicidas palestinos eram "crimes contra a humanidade".
Já a ONU, após realizar investigação sobre a operação Muro Protetor, afirmou que não havia provas de que Israel cometeu massacre em Jenin, como alegavam os palestinos. Mas disse que os dois lados violaram as leis internacionais nos confrontos.
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, disse que o relatório da Anistia era "muito importante" e pediu para que a comunidade internacional lute para que seja encerrada a ocupação israelense nos territórios palestinos.


Com agências internacionais



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