São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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TERROR

Seis supostos membros da Al Qaeda morrem após explosão em carro provocada por míssil disparado por aeronave não tripulada

CIA mata supostos terroristas no Iêmen

DA REDAÇÃO

Um míssil disparado por uma aeronave não tripulada da CIA (agência de inteligência dos EUA) atingiu anteontem um carro que levava supostos membros da rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden, no noroeste do Iêmen, matando vários ocupantes, segundo um funcionário do governo americano.
Segundo ele, militares americanos não estiveram envolvidos diretamente na ação, que teria matado seis pessoas, incluindo um suspeito de ter participado do ataque a bomba ao destróier americano USS Cole no porto iemenita de Aden, há dois anos. O Departamento de Defesa e a CIA não quiseram fazer comentários oficialmente sobre o incidente.
Segundo a agência de notícias oficial iemenita, as "informações preliminares" eram de que um dos mortos na explosão seria Ali Qaed Sinan al-Harthi, que ocupava um posto alto na hierarquia da Al Qaeda, acusada pelos atentados de 11 de setembro do ano passado aos EUA, que provocaram a morte de mais de 3.000 pessoas. Bin Laden reconheceu em vídeo a participação nos atentados.
Al-Harthi, conhecido como Abu Ali, é um dos dois iemenitas mais procurados pelos EUA por suspeitas de terrorismo. Ele é acusado de participação no ataque ao USS Cole, em 2000, que matou 17 marinheiros americanos.
O ataque do fim de semana no Iêmen lembra ações passadas do Exército israelense contra palestinos, criticadas pelo governo dos Estados Unidos.
Segundo a TV árabe Al Jazeera, testemunhas disseram ter visto um helicóptero sobrevoando a região no domingo, pouco antes da explosão do carro.
O Iêmen, um dos mais pobres países do mundo árabe, luta para reverter sua imagem de paraíso de militantes extremistas islâmicos e diz que mantém detidos 85 supostos membros da Al Qaeda.
O governo iemenita não declarou oficialmente as razões da explosão do domingo na Província de Marib, a oeste da capital do país, Sanaa.
Um funcionário do Ministério do Interior disse à agência de notícias Saba que armas, traços de explosivos e equipamentos de comunicação foram encontrados no carro em que os suspeitos de terrorismo viajavam.
Em Washington, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, se recusou a dizer se soldados americanos ou agentes da CIA baseados na região teriam tido alguma participação no ataque de domingo.
"Não vou fazer comentários sobre nenhum acordo que temos com o governo do Iêmen", afirmou Rumsfeld.
Mas ele elogiou a cooperação antiterrorismo entre os EUA e o Iêmen, para onde soldados de elite americanos foram enviados neste ano para treinar tropas iemenitas para combater supostos terroristas da Al Qaeda que estariam escondidos no país.


Com agências internacionais

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