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China anuncia 1º plano de direitos humanos
Para ativistas, repressão aumentou nos últimos anos
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O governo chinês anunciou
ontem a criação do primeiro
plano de ação para proteger os
direitos humanos, segundo o
Escritório de Informação do
Conselho de Estado. O plano
prevê "melhorar as funções do
governo, expandir a democracia, fortalecer a regra da lei,
proteger os direitos de mulheres, crianças e minorias étnicas", diz a nota do governo.
Mais de 50 instituições governamentais, incluídos a
Chancelaria, o Congresso e a
Suprema Corte participarão do
projeto. Mas não foi fixado prazo para sua implementação.
"A comissão irá cuidadosamente planejar o desenvolvimento dos direitos humanos e
avançar com medidas para colocar as políticas em prática",
disse Wang Chen, ministro do
Escritório de Informação do
Conselho de Estado.
Pequim apresentou o primeiro documento sobre direitos humanos reconhecendo
seu conceito em 1991. Desde
então, mais de 40 documentos
sobre o tema foram lançados.
Vários outros países fizeram
anúncios parecidos nos últimos meses como preparação a
sua participação na Revisão Periódica realizada pelo Conselho
dos Direitos Humanos em Genebra. A China será "revisada"
em fevereiro de 2009.
Desde 2001, quando a China
venceu a competição para sediar a Olimpíada de Pequim
neste ano, o governo prometeu
maior respeito aos direitos humanos. Mas, para organizações
de direitos humanos, a repressão às liberdades individuais
aumentaram nos últimos anos.
Durante os Jogos, o governo
criou três áreas especiais para
protestos para garantir a liberdade de expressão, mas vários
ativistas que pediram permissão para usá-las foram presos.
O próprio governo divulgou
que mais de 1.000 pessoas foram presas, mas nenhuma organização internacional pôde
ter acesso a elas. Não se sabe se
houve ou haverá julgamento.
O ativista mais conhecido na
defesa da liberdade de expressão, Hu Jia, premiado no mês
passado pelo Parlamento Europeu, foi condenado em abril a
três anos e meio de prisão por
"tentar subverter a ordem do
Estado".
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