São Paulo, quinta, 5 de novembro de 1998

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Voto enfraquece ação pró-impeachment

do enviado especial

Em termos de correlação numérica entre democratas e republicanos, pouco mudam, com o novo Congresso, os desdobramentos do caso Lewinsky. Mas há agora uma nova correlação política, claramente favorável à Casa Branca e ao futuro arquivamento do processo que ameaça o presidente Bill Clinton de impeachment.
Os procedimentos regimentais não serão por enquanto interrompidos. A Comissão de Justiça da Câmara seguirá com a convocação e os depoimentos de testemunhas.
No próximo dia 16, os republicanos -que mantiveram maioria na Casa- reúnem-se para escolher seus líderes e o novo presidente do órgão. O ocupante do cargo, Newt Gingrich, não fará concessões retóricas para não perder espaço para a ala mais radical do partido.
Foi Gingrich quem, na última semana, injetou US$ 10 milhões em publicidade de TV nos Estados do sul, nos quais o escândalo sexual do presidente supostamente daria aos republicanos mais votos.
Acredita-se que, sem condições políticas para o impeachment, a questão será a de discutir uma solução honrosa, que pode ser uma repreensão formal ao presidente.
O deputado republicano Mitch McConnell, em entrevista à TV NBC, deu ontem a entender que poderia ser esse o fim do processo.
Pesquisa da mesma NBC feita anteontem revelou que 67% dos eleitores eram contra o impeachment. O Congresso entendeu ser esse o recado.
Em sua edição de ontem, o "The Wall Street Journal", de orientação republicana, reservou o principal texto de sua primeira página ao fato de os resultados, favoráveis aos democratas nas urnas, refletirem a repulsa do eleitorado ao afastamento de Clinton por suas relações com Monica Lewinsky. (JBN)



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