OTÁVIO DIAS
enviado especial a Santiago

Se a Câmara dos Lordes britânica considerar ilegal a detenção de Pinochet e colocá-lo em liberdade, o general deverá embarcar imediatamente num avião da Força Aérea do Chile, equipado com aparelhos hospitalares, que já se encontra a sua espera no Reino Unido.
A informação é do general Luis Cortés Villa, 58, diretor-executivo da Fundação Pinochet, criada há três anos por simpatizantes do general com o objetivo de preservar a memória de seu governo e oferecer bolsas de estudo para filhos de militares.
Como o jato, um Gulfstream 3, não possui autonomia para voar diretamente para o Chile, ele deverá fazer duas escalas: a primeira na ilha Ascensão, um território britânico no meio do Atlântico, e a segundo em Recife.
Segundo a Folha apurou, não haveria empecilhos para a escala em território brasileiro. Leia entrevista concedida à Folha durante vigília pela libertação de Pinochet ocorrida anteontem em Santiago.
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Folha - Se a decisão da Câmara dos Lordes for favorável a Pinochet, quando ele voltará ao Chile?
Luis Cortés Villa - Há um avião da Força Aérea, com uma equipe médica a postos, em condições de trazê-lo imediatamente ao Chile.
Folha - Ele virá diretamente para um hospital militar?
Cortés - Depende de suas condições. Ele está se recuperando tanto do ponto de vista de seu ânimo quanto de sua saúde. Mas vive uma grande ansiedade.
Folha - Haverá alguma recepção especial?
Cortés - Quando o general chegar, pretendemos fazer um ato perto de onde ele estiver para que possa nos ouvir e se certificar do apoio que tem em seu país.
Folha - Se a Justiça britânica tomar uma decisão contrária à libertação de Pinochet, a democracia chilena corre perigo?
Cortés - Seria extremamente difícil. Espero que não aconteça.
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