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IRAQUE OCUPADO
Powell exorta aliança militar a ampliar seu papel na reconstrução
Depois da ONU, EUA recorrem à Otan
DA REDAÇÃO
Pela primeira vez desde a invasão do Iraque, em março, o secretário de Estado americano, Colin
Powell, exortou a Otan a assumir
um papel maior na manutenção
da paz no país. O pedido foi feito
ontem, durante uma convenção
de dois dias da aliança militar ocidental em Bruxelas.
"Exortamos a aliança a estudar
uma maneira de fazer mais para
apoiar a paz e a estabilidade no
Iraque, as quais todos os líderes
concordam ser crucial para todos
nós", declarou Powell.
"Não apresentamos uma solicitação específica. Eu só queria que
meus colegas soubessem que há
meios de a Otan fazer mais no Iraque", disse. Segundo o secretário,
nenhum de seus colegas na Otan
se opôs ao pedido.
O chanceler polonês, Wlodzimierz Cimoszewicz, disse que
"ainda é muito cedo" para debater a questão. "Mas devemos ter
em mente que a maior parte dos
membros da Otan está presente
no Iraque e que seria sensato a
aliança se comprometer mais."
A Otan hoje fornece apoio técnico e logístico a uma divisão
multinacional que atua na região
centro-sul do Iraque e é comandada pela Polônia. Na visão de
Powell, a aliança poderia assumir
-e encorpar- essa força multinacional. Dos 26 membros e futuros membros da Otan, 18 já enviaram soldados ao país.
Os EUA, que já perderam quase
200 soldados em ataques durante
o pós-guerra e lidam com os altos
custos da reconstrução, vinham
buscando maior apoio militar de
outros países.
Sem sucesso, passaram a exortar a ONU -cujo papel se resumia ao apoio humanitário- a assumir mais funções na reconstrução. Mas o organismo internacional, após sofrer dois atentados
com saldo de 24 mortos em Bagdá, decidiu retirar seus funcionários estrangeiros do país. Agora,
os apelos chegaram à Otan.
Diplomatas citados pela agência
de notícias Reuters afirmaram
que, até então, Washington vinha
mantendo a cautela em relação ao
envolvimento da Otan a fim de
evitar atritos como os que surgiram com a França e a Alemanha
antes da aprovação de uma resolução da ONU sobre o Iraque.
Ainda segundo os diplomatas, a
Paris e Berlim só aceitariam o envolvimento direto da Otan no Iraque se a aliança tivesse autonomia
em relação à coalizão liderada pelos EUA.
Entre os países que se manifestaram a favor da expansão ontem,
estão a Dinamarca, a Espanha, a
Itália e a Letônia -que entra para
a aliança no próximo ano.
Com agências internacionais
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