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EUA rejeitam proposta para censo iraquiano
DA REDAÇÃO
Os EUA rejeitaram uma proposta iraquiana para conduzir
um censo no país, medida que
abriria caminho para o recadastramento eleitoral e a promoção de eleições diretas em
setembro de 2004.
Segundo o jornal "The New
York Times", o Conselho de
Governo Iraquiano nem sequer chegou a examinar o projeto, apresentado em outubro
aos EUA por Nuha Yousef, diretora do Censo Iraquiano.
Washington, que hoje comanda a Autoridade Provisória da Coalizão (principal órgão Executivo do Iraque), pretende transferir o poder a um
governo interino iraquiano em
julho do ano que vem. Esse governo seria escolhido por assembléias de líderes regionais.
"Correr para encaixar um
censo nesse cronograma com a
situação de segurança que temos hoje não produziria o resultado desejado", disse Charles Healtly, porta-voz da APC,
ao jornal. "É preciso muita preparação para as eleições, e temos preocupação em não
apressar demais o processo."
Para os EUA, só após a elaboração de uma nova Constituição e do recadastramento de
eleitores haveria condições para eleições diretas -e não há
previsão para concluir esses
processos. Além disso, Washington cita obstáculos logísticos à promoção do pleito.
O plano de Yousef, orçado
em US$ 75 milhões, prevê a visita de todas as casas iraquianas
pelos cerca de 400 mil professores existentes no país em um
único dia, 30 de junho.
Ao saber da proposta nesta
semana, membros do conselho
que defendem eleições diretas
em junho criticaram o fato de o
plano não lhes ter sido apresentado antes. "Isso poderia
mudar as coisas", disse T. Hamid al Bayati, conselheiro do
atual presidente do conselho, o
líder xiita Abdul Aziz al Hakim.
Como 60% de sua população
é xiita, o Iraque tem grande
chance de, num pleito direto,
eleger um governante dessa
corrente muçulmana. A possibilidade levou representantes
de outros grupos a apoiar a
proposta americana de eleição
indireta, endossada pelo conselho no último dia 15.
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