São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Competição com canais estrangeiros piora crise da TV

DE LONDRES

O forte aumento da competição com grandes canais de TV e provedores de notícias nos últimos anos, no Reino Unido e fora do país, são citados por analistas como outra causa da reestruturação da BBC.
Nos países árabes, por exemplo, a BBC e outras empresas enfrentam a concorrência da Al Jazira. Além da TV em árabe e do serviço de internet em árabe e inglês, o grupo se prepara para outros passos.
Lançará em 2005 um canal em inglês e dois em árabe -um de documentários e outro para o público infantil. Até um serviço de notícias na internet em espanhol está sendo estudado, disse à Folha o porta-voz da Al Jazira, Jihad Ballout.
Segundo ele, a rede surgiu como competidora das grandes redes quando passou a ser reconhecida como "fonte confiável de informação" a partir da guerra no Iraque. Agora, a empresa pretende se expandir.
Por outro lado, os grandes grupos globais querem fazer frente a esses planos. A BBC já disse que quer relançar seu canal de TV em árabe, cuja operação foi encerrada em 1996.
"No mercado doméstico, a competição à BBC e aos outros canais teve um forte aumento com a emergência da TV via satélite", diz Daya Thussu, da University of Westminster.
O problema, diz, é que as emissoras não faturam muito com os canais de notícia, já que as audiências são relativamente pequenas. Esse tem sido um dos problemas que afetam o canal News 24 da BBC.
Segundo Thussu, uma das conseqüências do aumento da competição no Reino Unido é a pressão que o governo sofre para que o regime da BBC seja flexibilizado para um modelo mais de mercado.
Uma dessas fontes de pressão, diz Thussu, é o empresário Rupert Murdoch -que tem uma relação próxima com o governo trabalhista de Tony Blair e é um dos grandes defensores de mudança no modelo da BBC. O grupo do empresário australiano, a News Corp, controla o canal BSKyB, um dos maiores e mais competitivos do Reino Unido.
Thussu diz que será lamentável se o conceito de canal público no Reino Unido desaparecer ou perder importância, seguindo o exemplo dos EUA.(EF)

Texto Anterior: Reino Unido: BBC prepara a maior reestruturação de sua história
Próximo Texto: Informática: Chinesa quer a IBM para ganhar o mundo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.