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Competição com canais estrangeiros piora crise da TV
DE LONDRES
O forte aumento da competição com grandes canais de TV
e provedores de notícias nos últimos anos, no Reino Unido e
fora do país, são citados por
analistas como outra causa da
reestruturação da BBC.
Nos países árabes, por exemplo, a BBC e outras empresas
enfrentam a concorrência da
Al Jazira. Além da TV em árabe
e do serviço de internet em árabe e inglês, o grupo se prepara
para outros passos.
Lançará em 2005 um canal
em inglês e dois em árabe
-um de documentários e outro para o público infantil. Até
um serviço de notícias na internet em espanhol está sendo estudado, disse à Folha o porta-voz da Al Jazira, Jihad Ballout.
Segundo ele, a rede surgiu como competidora das grandes
redes quando passou a ser reconhecida como "fonte confiável de informação" a partir da
guerra no Iraque. Agora, a empresa pretende se expandir.
Por outro lado, os grandes
grupos globais querem fazer
frente a esses planos. A BBC já
disse que quer relançar seu canal de TV em árabe, cuja operação foi encerrada em 1996.
"No mercado doméstico, a
competição à BBC e aos outros
canais teve um forte aumento
com a emergência da TV via satélite", diz Daya Thussu, da
University of Westminster.
O problema, diz, é que as
emissoras não faturam muito
com os canais de notícia, já que
as audiências são relativamente
pequenas. Esse tem sido um
dos problemas que afetam o
canal News 24 da BBC.
Segundo Thussu, uma das
conseqüências do aumento da
competição no Reino Unido é a
pressão que o governo sofre
para que o regime da BBC seja
flexibilizado para um modelo
mais de mercado.
Uma dessas fontes de pressão, diz Thussu, é o empresário
Rupert Murdoch -que tem
uma relação próxima com o
governo trabalhista de Tony
Blair e é um dos grandes defensores de mudança no modelo
da BBC. O grupo do empresário australiano, a News Corp,
controla o canal BSKyB, um
dos maiores e mais competitivos do Reino Unido.
Thussu diz que será lamentável se o conceito de canal público no Reino Unido desaparecer
ou perder importância, seguindo o exemplo dos EUA.(EF)
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