São Paulo, segunda-feira, 05 de dezembro de 2005

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Chávez declara morte de partidos que boicotaram pleito legislativo

DA REDAÇÃO

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, declarou a morte dos partidos políticos tradicionais que decidiram boicotar as eleições legislativas de ontem na Venezuela.
Chávez afirmou que "os partidos antigos já estão mortos, mas resistem a se entregar" e interpretou a sua retirada das eleições como "um empenho para se apegar à vida dos correligionários restantes da Ação Democrática (AD), do Copei e de outros partidos que nasceram da mesma forma".
Em entrevista concedida ontem depois de votar em uma escola pública, o presidente disse ainda que os partidos que se abstiveram "poderiam ficar não só ilegítimos como também ilegais", segundo a legislação eleitoral.
"Chegou a hora da morte, e o melhor para eles mesmos é aceitar isso do fundo de suas almas. Fizeram tudo isso para acelerar sua morte, para ficar nos registros da história e para dar espaço para gente nova, idéias novas", disse o presidente.
Pelo menos quatro partidos principais de oposição, incluindo os tradicionais AD e Copei -que se alternaram no poder na Venezuela desde 1958 até a eleição de Chávez, em 1998- decidiram retirar seus candidatos, alegando falta de transparência eleitoral.
Outros partidos de oposição, como o Movimento ao Socialismo (MAS) e A Causa Radical (LCR), assim como figuras individuais dos partidos que renunciaram, mantiveram-se na disputa.
Chávez elogiou os opositores que participaram das eleições e manifestou esperança de que eles tenham coragem para recuperar a força da oposição sem deixar de lembrar que as eleições presidenciais estão próximas e que ele buscará sua reeleição.
Por outro lado, Chávez destacou que as eleições para renovar as 167 cadeiras da Assembléia Nacional "transcorreram normalmente, apesar das tentativas de sabotagem ao processo".
"Tem gente tentando sabotar, (...) promovendo atos violentos, explosões, mas aqui não há condições para isso", enfatizou ele em alusão a explosivos colocados no principal campo militar de Caracas, na última sexta-feira, e a uma explosão ocorrida em um oleoduto no estado de Zulia, no oeste do país.
O chefe da missão de observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos), Rubén Perina, afirmou ao jornal venezuelano "El Universal" que o processo eleitoral "foi normal e tranqüilo".


Com agências internacionais


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