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Chávez declara morte de partidos
que boicotaram pleito legislativo
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, declarou a morte dos
partidos políticos tradicionais
que decidiram boicotar as eleições legislativas de ontem na Venezuela.
Chávez afirmou que "os partidos antigos já estão mortos, mas
resistem a se entregar" e interpretou a sua retirada das eleições como "um empenho para se apegar
à vida dos correligionários restantes da Ação Democrática (AD), do
Copei e de outros partidos que
nasceram da mesma forma".
Em entrevista concedida ontem
depois de votar em uma escola
pública, o presidente disse ainda
que os partidos que se abstiveram
"poderiam ficar não só ilegítimos
como também ilegais", segundo a
legislação eleitoral.
"Chegou a hora da morte, e o
melhor para eles mesmos é aceitar isso do fundo de suas almas.
Fizeram tudo isso para acelerar
sua morte, para ficar nos registros
da história e para dar espaço para
gente nova, idéias novas", disse o
presidente.
Pelo menos quatro partidos
principais de oposição, incluindo
os tradicionais AD e Copei -que
se alternaram no poder na Venezuela desde 1958 até a eleição de
Chávez, em 1998- decidiram retirar seus candidatos, alegando
falta de transparência eleitoral.
Outros partidos de oposição,
como o Movimento ao Socialismo (MAS) e A Causa Radical
(LCR), assim como figuras individuais dos partidos que renunciaram, mantiveram-se na disputa.
Chávez elogiou os opositores
que participaram das eleições e
manifestou esperança de que eles
tenham coragem para recuperar a
força da oposição sem deixar de
lembrar que as eleições presidenciais estão próximas e que ele buscará sua reeleição.
Por outro lado, Chávez destacou que as eleições para renovar
as 167 cadeiras da Assembléia Nacional "transcorreram normalmente, apesar das tentativas de
sabotagem ao processo".
"Tem gente tentando sabotar,
(...) promovendo atos violentos,
explosões, mas aqui não há condições para isso", enfatizou ele em
alusão a explosivos colocados no
principal campo militar de Caracas, na última sexta-feira, e a uma
explosão ocorrida em um oleoduto no estado de Zulia, no oeste do
país.
O chefe da missão de observadores da OEA (Organização dos
Estados Americanos), Rubén Perina, afirmou ao jornal venezuelano "El Universal" que o processo
eleitoral "foi normal e tranqüilo".
Com agências internacionais
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