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GUERRA SEM LIMITES
Tática de Washington seria lembrar que terrorismo é ameaça comum e pedir união aos países aliados
Na Europa, Rice não deve explicar ação da CIA
DA REDAÇÃO
A secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, começa hoje
uma turnê européia e, em vez de
esclarecer a controvérsia sobre
supostas prisões operadas pela
CIA em países do antigo bloco comunista e sobre supostos vôos ilegais de transporte de suspeitos de
elo com o terror, enfatizará que os
países da aliança transatlântica
enfrentam um inimigo comum e
não devem dividir-se.
Desde que a notícia foi divulgada pelo "Washington Post", no
início de novembro, os EUA estão
na defensiva e recusam-se a confirmar ou a negar que operaram
prisões na Romênia e na Polônia,
conforme denúncia da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, ou que
transportaram prisioneiros através do continente europeu.
Rice visitará a Romênia, a Alemanha e Bruxelas, onde se situam
as sedes da União Européia e da
Otan (aliança militar ocidental).
A União Européia exigiu que
Washington explicasse as acusações para abrandar o medo de
práticas ilegais dos EUA. E as
preocupações não são poucas depois dos escândalos de abuso contra prisioneiros no Iraque e em
Guantánamo, em Cuba.
Mas Rice vai transformar as
acusações em uma estratégia que
já foi testada pelo porta-voz do
governo americano em encontros
privados com europeus. Ela vai
lembrar os aliados de que eles
cooperaram nas operações americanas e pedir que façam mais
para ganhar a confiança popular
como uma forma de desviar as
críticas direcionadas aos EUA.
"É muito claro que eles querem
que os governos europeus parem
de pressionar quanto a isso", disse
um diplomata europeu. "Eles ficaram na defensiva durante semanas, mas agora endureceram."
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Dermont Ahern, Rice lhe disse que
esperava que os aliados acreditassem que os EUA não permitiriam
abusos aos direitos humanos
-um sinal de que ela não vai dar
à Europa detalhes sobre os trabalhos de inteligência dos EUA.
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Stephen Hadley,
afirmou que Rice irá tratar o tema
"de maneira muito compreensiva" enquanto estiver na Europa.
"Uma das coisas que ela ira dizer é
que estamos todos assustados
com o terrorismo e que temos de
cooperar na busca por uma solução", disse ele. "Como parte dessa
cooperação, nós obedecemos às
leis americanas. Nós respeitamos
a soberania dos países com os
quais lidamos e não vamos transportar pessoas pelo mundo para
que sejam torturadas", afirmou.
Na próxima terça-feira, durante
a estada na Europa, Rice assinará
um acordo com o governo da Romênia que estabelecerá a abertura
de bases americanas no antigo
país comunista. O acordo especifica que as forças americanas vão
operar de acordo com a Otan e
com a Carta da ONU.
Com agências internacionais
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