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ANÁLISE
Fidel Castro capitaliza vitória política
de Nova York
A volta de Elián a Havana deve
dar a Fidel Castro uma preciosa
oportunidade de aparecer em Cuba como vitorioso ao final de mais
uma crise diplomática.
"Não há dúvida de que Castro
vai capitalizar o fato ao máximo,
usando a volta do menino para
cantar vitória", afirma David
Abraham, especialista em imigração cubana da Universidade de
Miami.
No entanto, para Abraham, a situação foi criada pelo próprio governo dos EUA, que poderia ter
agido antes que uma crise se formasse. "Se fosse de qualquer outro país, o menino já teria sido devolvido. Mas, por uma questão de
política interna, o governo demorou muito a decidir e deu chance a
Castro para sair como vencedor."
A comunidade cubana tem forte influência sobre a política na
Flórida, Estado que tem peso importante nas eleições presidenciais dos EUA.
Ela tende a votar nos candidatos
republicanos, que se opõem mais
a Castro que os democratas. Nas
eleições passadas, no entanto, o
fato de os cubanos não terem sido
homogêneos no voto republicano
foi considerado importante para
a reeleição de Bill Clinton.
De janeiro até março que vem,
os pré-candidatos a presidente
disputam as indicações por seus
partidos e, a partir de março, entram em campanha para a eleição
que ocorre no final do ano.
"Não se pode dizer que Clinton
estivesse querendo agradar a comunidade cubana. Mas está claro
que Clinton procurava não ofendê-los demais, para não prejudicar (o vice-presidente) Al Gore",
afirma Abraham.
Na opinião do professor, não é
possível avaliar com objetividade,
dos Estados Unidos, o quanto o
desfecho da crise favoreceu Castro politicamente dentro de Cuba.
"Pelo que vemos daqui, não dá
para saber quantos daqueles milhares de pessoas foram às ruas
por vontade própria ou convocadas pelo governo. O que se pode
afirmar é que os exilados cubanos
não são tão populares em seu país
como imaginavam."
(MG)
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