São Paulo, Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÃO RUSSA
Partido de bloco opositor anuncia que vai apoiar o presidente em exercício na eleição de março
Em campanha, Putin divide oposição


das agências internacionais

No primeiro dia da campanha para as eleições presidenciais na Rússia, que acontecerão no dia 26 de março, o presidente em exercício e, segundo as pesquisas, candidato favorito, Vladimir Putin, rachou um dos dois principais blocos de oposição no país, o Pátria-Toda a Rússia.
O partido Toda a Rússia, até então de oposição ao Kremlin, anunciou ontem, depois de uma reunião em Moscou, que vai apoiar Putin para a Presidência.
A decisão do partido é um duro golpe na candidatura do ex-primeiro-ministro Ievguêni Primakov, que liderava as pesquisas para a Presidência antes da ascensão de Putin, a partir de setembro, e que já havia anunciado a intenção de disputar a eleição.
Após a renúncia de Ieltsin, porém, que provocou a antecipação do pleito, Primakov não falou mais em candidatura. A decisão do Toda a Rússia também atinge o prefeito de Moscou, Iuri Lujkov, um dos líderes do bloco e ferrenho crítico do governo.
O bloco Pátria-Toda a Rússia ficou apenas em terceiro nas eleições parlamentares de dezembro, tendo sido batido pela aliança de apoio ao governo, a Unidade, que ficou em segundo. Os neocomunistas foram os mais votados.
O apoio do Toda a Rússia reforça a candidatura de Vladimir Putin. Até agora, apenas mais um candidato foi anunciado, o nacionalista Vladimir Jirinovski.
O Partido Comunista ainda não definiu seu candidato. O nome mais cotado é o de Gennadi Ziuganov, que ficou em segundo em 1996, quando Ieltsin se reelegeu.
A data da eleição para presidente foi definida ontem, em sessão do Conselho da Federação, a câmara alta (Senado) do Parlamento. Os membros da Casa decidiram manter o 26 de março, que havia sido indicado pela Comissão Central Eleitoral.

Guerra na Tchetchênia
A ascensão de Putin está ligada à ofensiva militar na Tchetchênia, iniciada em setembro e que tem amplo apoio popular na Rússia.
O território, que é formalmente russo e tem maioria muçulmana, desfrutava de autonomia conquistada após a guerra de 94-96, contra tropas de Moscou.
As forças russas dizem que o objetivo do ataque à Tchetchênia é o combate a guerrilhas islâmicas acusadas de terrorismo e da organização de um movimento separatista no território russo do Daguestão, vizinho à Tchetchênia.
As tropas russas estão em meio a uma operação, lançada no Natal, para conquistar o controle da capital tchetchena, Grozni, mas enfrentam forte resistência dos rebeldes. Os russos conquistaram alguns setores da cidade, mas os guerrilheiros continuam controlando a região central.


Texto Anterior: Desastre: Telefone errado impediu alerta a trem acidentado na Noruega
Próximo Texto: Adversários têm poucas chances
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.