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Presidente paquistanês surpreende
e cumprimenta o premiê indiano
DA REDAÇÃO
Num gesto dramático de relações públicas, o presidente paquistanês, general Pervez Musharraf, apertou a mão do premiê
indiano, Atal Behari Vajpayee, em
encontro regional em Katmandu
(Nepal), numa tentativa de acalmar a tensão entre os dois países
com capacidade nuclear.
O Paquistão anunciou ainda
que prendeu mais 200 militantes
islâmicos ontem, continuando
uma ofensiva contra os grupos
extremistas que a Índia culpa pelo
ataque terrorista contra seu Parlamento em Nova Déli, em 13 de dezembro, com saldo de 14 mortos
(incluindo cinco terroristas).
Musharraf concluiu seu discurso na cúpula da Associação do Sul
da Ásia para a Cooperação Regional dizendo que deseja "estender
a mão com sincera e genuína amizade ao primeiro-ministro Vajpayee". Ele então deixou o pódio e se
dirigiu a Vajpayee, sob aplausos
calorosos. Parecendo surpreso, o
indiano apertou a mão do paquistanês. "Eu apertei a mão dele em
sua presença", disse Vajpayee aos
presentes. "Agora o presidente
Musharraf deve dar continuidade
a esse gesto não permitindo nenhuma atividade no Paquistão
que possibilite a terroristas a execução de atos de violência na Índia", concluiu.
Mas, apesar da pressão internacional, Vajpayee minimizou as
chances de diálogo com o Paquistão, dizendo que a Índia foi traída
em encontros bilaterais no passado. Já um porta-voz da Chancelaria indiana, Nirupama Rao, chamou a atitude de Musharraf de
"gesto teatral para a TV". "Nosso
premiê deixou claro que meros
gestos como o que vimos hoje
[ontem" não bastam", disse o
porta-voz indiano.
Vajpayee disse em seu discurso
no encontro que seu país quer ver
mais ações do Paquistão contra os
grupos separatistas que atuam na
Caxemira indiana, com bases e representantes em território paquistanês. A região, de maioria islâmica como o Paquistão (a Índia
tem maioria hindu), é disputada
pelos dois países, e Nova Déli acusa o governo de Islamabad de
apoiar atividades terroristas de
grupos islâmicos separatistas.
Índia e Paquistão concentraram
tropas e armas em suas fronteiras
desde o ataque ao Parlamento indiano, num dos momentos de
maior tensão entre os países desde sua independência do Reino
Unido, em 1947.
Londres e Washington pressionam os dois lados pelo fim da crise, em parte temendo que ela atrapalhe a ofensiva no vizinho Afeganistão, mas também temendo
que ela cause um conflito nuclear.
O premiê britânico, Tony Blair,
está visitando a região. Ele deve
encontrar os líderes indianos hoje
e depois seguir ao Paquistão.
Além de ampliar sua presença
militar ao longo da fronteira, Nova Déli e Islamabad reduziram as
relações diplomáticas e suspenderam as viagens feitas por aviões,
trens e ônibus entre os dois países.
Com agências internacionais
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