São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2002

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ALVO


Omar pode ter fugido de cerco no sul

Afegão diz que chefe do Taleban conseguiu escapar; Paquistão entrega membro da Al Qaeda aos EUA

France Presse
NOS ARES
Mulheres se apresentam em escritório em Cabul da companhia aérea Ariana, a única do Afeganistão, para tentar emprego de aeromoça; 140 mulheres se apresentaram ontem para tentar preencher as 40 vagas oferecidas, as primeiras desde a queda do Taleban

DA REDAÇÃO

A busca pelos dois homens mais procurados do mundo perdeu fôlego ontem após membros do governo afegão dizerem que o líder supremo do Taleban, Mohammad Omar, fugiu de um cerco no sul do país e que não sabiam do paradeiro do terrorista Osama bin Laden.
Tropas dos EUA e milícias afegãs buscavam Omar na região de Baghran, para onde ele teria fugido após deixar a cidade de Candahar, quartel-general do Taleban, em 7 de dezembro. "Não há mais nenhum membro do Taleban ou da Al Qaeda [a rede terrorista liderada por Bin Laden" em Baghran", disse um porta-voz do chefe de inteligência afegã na região de Candahar, Haji Gullalai. "O mulá Omar também não está em Baghran", acrescentou, indagado sobre rumores de que o líder do Taleban teria escapado ao cerco num comboio de motocicletas.
Mas um outro membro da inteligência afegã disse à agência France Presse que o governo afegão "sabe onde está" Omar e que ele "não tem escapatória".
O desaparecimento de Omar, dias depois de o governo dos EUA dizer que não tinha informações sobre o paradeiro de Bin Laden, seria um grande revés para o novo governo interino afegão e para Washington, que enviou forças especiais para a região de Baghran para tentar capturar o elusivo líder do Taleban.
Um porta-voz do governador de Candahar, Gul Agha, disse que investigações mostraram que Omar -que abrigou Bin Laden desde 1996- pode não ter estado jamais em Baghran, aumentando a confusão sobre o paradeiro dos dois procurados.
Washington responsabiliza Omar por ter dado a Bin Laden e à Al Qaeda um abrigo seguro para realizar atos terroristas contra os EUA, inclusive os ataques de 11 de setembro contra Nova York e o Pentágono. Vídeo apresentado pelos EUA mostra Bin Laden se vangloriando pela autoria dos atentados.

Combates
Combates ainda estão sendo travados no leste do Afeganistão, onde os EUA acreditam que forças da Al Qaeda estão tentando se reagrupar. Um soldado das forças especiais americanas foi morto em combate anteontem perto da cidade oriental de Gardez.
O soldado, identificado como o sargento Nathan Ross Chapman, 31, de San Antonio, Texas, foi o décimo americano morto desde o início da campanha militar, em 7 de outubro. Um agente da CIA (serviço de inteligência dos EUA) foi ferido no mesmo combate. A maioria das baixas americanas ocorreu em acidentes ou fogo amigo. Apenas um outro americano, agente da CIA, foi morto também por ação inimiga, durante uma rebelião de presos em Mazar-e-Sharif, em novembro.

Prisão
O Paquistão entregou às forças americanas no Afeganistão o mais graduado líder da Al Qaeda capturado nos quase três meses de guerra no país.
O homem, identificado como Ibn al Shaykh al Libi, foi levado para Candahar e está entre os 273 membros da Al Qaeda ou do Taleban sob custódia militar dos EUA.
O jornal "The Washington Post" disse ontem que Al Libi era o responsável pelo treinamento paramilitar no campo de Khaldan, no Afeganistão. Segundo o "Post", Al Libi era um dos 12 membros da Al Qaeda numa lista de indivíduos e organizações cujos bens foram congelados pelo governo Bush em 26 de setembro como parte da sua declarada guerra contra o terrorismo internacional.

Com agências internacionais


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