São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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TRAGÉDIA

Uma delas perdeu pessoas de três gerações; anônimo diz que foi atentado

Queda de avião dizimou 12 famílias

DA REDAÇÃO

A queda de um avião egípcio no mar Vermelho no último sábado, que matou 148 pessoas -134 delas turistas franceses-, dizimou 12 famílias francesas. No pior caso citado ontem pelo jornal britânico "The Independent", que obteve a lista de passageiros, 11 pessoas da mesma família de Dijon -três gerações- morreram.
Além disso, uma família de seis pessoas da Normandia (o pai, a mãe e os quatro filhos adolescentes), uma família de cinco membros de um subúrbio de Paris (um casal e seus três filhos com idades entre oito e 12 anos), o prefeito de uma pequena cidade também da Normandia, com a mulher e os três filhos, e muitos casais estão entre as vítimas do Boeing-737 da Flash Airlines.
A França enviou um submarino robotizado para resgatar os corpos no balneário egípcio de Sharm el Sheikh, e especialistas tentam identificar os mortos pelas jóias, a arcada dentária e o histórico médico. O governo francês decretou luto oficial.

Atentado
O incidente está sendo investigado, e a França afastou, mas não descartou, a hipótese de atentado. Um anônimo ligou ontem para uma agência internacional de notícias no Cairo reivindicando a queda do avião para o grupo extremista Ansar al Haq ("seguidores da verdade"), do Iêmen.
O homem, que disse ser um membro egípcio do desconhecido grupo, ameaçou atacar aviões da Air France caso o governo francês não suspendesse os planos de proibir, nas escolas públicas, o véu usado para cobrir a cabeça de muçulmanas.
O ministro da Justiça francês, Dominique Perben, disse que não levou a ligação "muito a sério".
A Chancelaria francesa afirmou que os corpos resgatados no local do incidente não mostram indício de ter havido uma explosão a bordo, pois não têm queimaduras. "Não há razão para crer que tenha sido um ataque", disse Renaud Muselier, secretário da Chancelaria. "Em menos de 50 segundos, o avião teve um problema sério e mergulhou de nariz no mar."
Inspetores suíços que examinaram aeronaves da Flash Airlines há um ano constaram falta de manutenção nos Boeing-737. Ontem, um grupo de cem turistas poloneses em Sharm el Sheikh se recusou a embarcar em um avião da empresa, exigindo voar em uma aeronave da polonesa LOT.


Com agências internacionais

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