São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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EUA liberam US$ 86 mi para partido de Abbas

Medida revolta Hamas, que acusa EUA de golpe

DA REDAÇÃO

Os EUA vão liberar US$ 86,4 milhões para as milícias do grupo secular Fatah, leais ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, de acordo com documentos do governo americano levados a público ontem.
Segundo o documento, o dinheiro é para "ajudar a Autoridade Palestina a cumprir seus compromissos com o Mapa do Caminho e a desmantelar a infra-estrutura terrorista", em referência ao plano de paz proposto em 2002 pelos EUA e que não vem sendo cumprido nem pelos palestinos nem pelo governo israelense.
A medida foi criticada pelo grupo islâmico Hamas, ao qual pertence o premiê palestino, Ismail Haniyeh. Mas Saeb Erekat, assessor de Abbas, afirmou que não tem "nenhum conhecimento sobre o dinheiro".
Mushir Masri, deputado do Hamas, acusou Washington de preparar um "golpe" contra o partido e de dividir os palestinos. "Pedimos ao presidente Abbas que rechace essa política americana, que alimenta a cultura da divisão entre o povo palestino."
Foi após a vitória do Hamas nas eleições legislativas de janeiro de 2006 que os EUA e a União Européia cortaram a ajuda financeira para a Autoridade Palestina. O Hamas é considerado uma organização terrorista por esses países.
Ontem, um religioso palestino crítico do Hamas foi morto a tiros na frente de uma mesquita, na faixa de Gaza.
O crime ocorreu algumas horas depois de Abbas e Haniyeh anunciarem que haviam chegado a um acordo para tentar acabar com os conflitos entre o Fatah e o Hamas que mataram ao menos oito pessoas anteontem. Os dois se comprometeram a "retirar das ruas todos os homens armados".
Os confrontos, freqüentes após a chegada de Haniyeh ao poder, há um ano, tornaram-se mais intensos depois de 16 de dezembro. Na ocasião, o presidente palestino anunciou a antecipação das eleições -ato que o Hamas chamou de "golpe de Estado".
Em Washington, o presidente Bush anunciou uma reunião do Quarteto (EUA, UE, ONU e Rússia) para discutir o conflito entre Israel e Palestina e o envio, em breve, de Condoleezza Rice à região.


Com agências internacionais


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