|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Congresso do Equador assume sob tensão
Dominado pela oposição, Parlamento rechaça nova Assembléia Constituinte, defendida por Correa
DA REDAÇÃO
Controlado pela oposição, o
novo Congresso equatoriano
foi obrigado ontem a mudar o
lugar da posse e reforçar a segurança por causa de uma manifestação de simpatizantes do
presidente eleito, o esquerdista
Rafael Correa, cuja posse está
marcada para o próximo dia 15.
Ao longo da campanha, Correa fez duros ataques ao Congresso e proibiu que seu partido, o recém-fundado Alianza
Pais, lançasse candidatos ao
Legislativo. Sua principal proposta é a convocação, via referendo, de uma Assembléia
Constituinte, idéia rejeitada
pelos partidos oposicionistas.
Correa quer formalizar a convocação logo no dia de sua posse.
A tropa de choque protegeu a
sessão inaugural do Congresso,
enquanto, do lado de fora, cerca
de 150 simpatizantes de Correa
seguravam cartazes e figuras de
ratos, em alusão aos cem parlamentares que tomaram posse
-o Parlamento equatoriano é
unicameral. Apesar do ambiente tenso, não houve registro de
violência ou de prisões.
A cerimônia estava marcada
para ocorrer no recém-reformado prédio do Congresso,
mas, por precaução, foi transferida para a antiga sede do Banco Central, onde vinha funcionando provisoriamente.
O Equador é um dos países
mais instáveis da América Latina. Os últimos três presidente
eleitos foram afastados do poder pelo Congresso, com o aval
das Forças Armadas e pressionados por manifestações de
rua.
Correa tem o apoio de uma
minoria no Congresso, formada por parlamentares de esquerda e de centro-esquerda filiados a outros partidos. Ao menos 70% dos novos congressistas se opõem ao referendo proposto pelo presidente eleito,
sob o argumento de que a atual
Constituição não permite.
Com 28 parlamentares, a
maior bancada é do Partido Renovador Institucional de Ação
Nacional (Prian), liderado pelo
megaempresário Álvaro Noboa, que perdeu no segundo
turno para Correa. Em seguida,
está o Partido Sociedade Patriótica (PSP), do ex-presidente
Lucio Gutiérrez, com 24 cadeiras. A terceira bancada é do
também oposicionista Partido
Social Cristão (PSC), com 13
congressistas.
Na quarta-feira, Correa chamou a maioria oposicionista de
"caudilhos" e "máfia política" e
disse que "o povo não permitirá
a imposição de uma ditadura da
classe política tradicional".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Venezuela: Fechamento de TV opositora "parece censura", diz OEA Índice
|