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VENEZUELA
Fechamento de TV opositora "parece censura", diz OEA
DA REDAÇÃO
A Organização dos Estados
Americanos (OEA) afirmou
ontem que a decisão do presidente venezuelano, Hugo
Chávez, de não renovar a
concessão de uma emissora
de TV opositora é uma ameaça à liberdade de expressão.
Em discurso recente a militares, Chávez disse que a
RCTV terá de sair do ar em
maio, quando termina a concessão do governo. Em abril
de 2002, a emissora apoiou o
golpe de Estado que afastou
o presidente venezuelano do
poder por dois dias.
O secretário-geral da OEA,
o chileno José Miguel Insulza, disse que a medida é intimidante e exortou o governo
a reconsiderar a decisão, mas
Chávez tem dito que não haverá recuo.
"A adoção de uma medida
administrativa para fechar
um veículo de comunicação
dá a aparência de uma forma
de censura contra a liberdade de expressão e, ao mesmo
tempo, serve como um alerta
para outras organizações noticiosas, levando-as a limitar
suas ações sob o risco de terem o mesmo fim", afirmou
Insulza, em nota com um raro teor crítico.
"O fechamento de um veículo de comunicação de massa é um medida rara na história de nosso hemisfério e não
tem precedentes nas últimas
décadas de democracia",
afirmou o chileno.
Insulza advertiu ainda para as prováveis "repercussões políticas" da medida.
Até o fechamento desta
edição, a Venezuela não havia comentado a nota.
A OEA, formada por 35
países, entre os quais o Brasil
e os Estados Unidos, tem
atuado como mediadora entre o governo venezuelano e
a oposição.
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