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CORÉIA DO NORTE
Ação tem fins pacíficos, segundo os norte-coreanos; país está na "contramão da história", dizem os EUA
Pyongyang diz que reator nuclear já opera
DA REDAÇÃO
A Coréia do Norte disse ontem
que já tinha reativado suas instalações nucleares, que seriam a espinha dorsal de seu suposto programa de armas, e que as estava
colocando em ritmo operacional
normal, culpando os EUA pela
crise atual entre os dois países.
"A Coréia do Norte está colocando a operação de suas instalações nucleares que produzem eletricidade em ritmo normal", disse
a Chancelaria norte-coreana.
A afirmação foi feita no mesmo
dia em que o secretário de Estado
dos EUA, Colin Powell, defendeu,
na ONU, a necessidade de uma
ação militar para forçar o Iraque a
desarmar-se. Analistas dizem que
a Coréia do Norte está mais apta
que o Iraque a produzir armas
nucleares. A reativação de suas
usinas pode indicar uma retomada de seu programa nuclear.
Segundo o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer, Pyongyang
"caminha na contramão da história" por ter escolhido o isolamento. "O sentimento geral é que a
Coréia do Norte caminha na contramão da história, em direção a
um maior isolamento. Isso representa um verdadeiro revés para o
povo norte-coreano", disse.
Embora os EUA já tenham dito
que preferem lidar com a questão
por vias diplomáticas, o secretário
de Defesa, Donald Rumsfeld,
qualificou a situação de "perigosa" e disse que os EUA, se necessário, têm condições de enfrentar
Pyongyang militarmente mesmo
durante uma eventual guerra
contra o Iraque.
"Nossas forças estão dispostas
ao redor do mundo, não de forma
ameaçadora, mas de uma maneira que mostra que temos capacidade para lidar com situações [de
conflito] em mais de um teatro ao
mesmo tempo", disse.
A declaração norte-coreana foi
feita cinco dias depois que autoridades americanas disseram que
fotos de satélites mostraram que
os norte-coreanos estavam manuseando varetas de combustível
perto de um reator nuclear.
Segundo os EUA, eles poderiam
estar manuseando 8.000 varetas
que podem ser usadas na construção de bombas. Mas as autoridades americanas salientaram que
não havia sinal de que essas varetas estivessem sendo reprocessadas, o que é crucial para a construção de bombas nucleares.
A declaração norte-coreana não
mencionou as varetas de combustível. Pyongyang reiterou que tinha posto fim ao congelamento
de seu programa nuclear apenas
para produzir eletricidade.
A Coréia do Norte disse não se
importar com o fato de que a
Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA) poderá criticá-la
numa reunião no Conselho de Segurança (CS) da ONU, na próxima semana.
O egípcio Mohamed El Baradei,
chefe da AIEA, disse que o conselho da entidade se reunirá, em 12
de fevereiro, para discutir o assunto. O CS tem poder para impor sanções políticas e econômicas à Coréia do Norte, além de poder exigir o desarmamento do
país.
Segundo Pyongyang, a crise teve início em janeiro de 2002,
quando o presidente George W.
Bush incluiu a Coréia do Norte, ao
lado do Iraque e do Irã, no que
classificou de "eixo do mal". A
tensão aumentou depois que autoridades americanas disseram,
em outubro, que a Coréia do Norte havia admitido ter um programa secreto de armas nucleares.
Um programa do gênero viola
um acordo de 1994 feito com os
EUA, que se comprometiam a
fornecer energia à Coréia do Norte caso o país congelasse seu programa nuclear. Em dezembro, os
EUA suspenderam o envio de
combustível. Há um mês, a Coréia
do Norte deixou o Tratado de
Não-Proliferação Nuclear (TNP).
Com agências internacionais
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