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ORIENTE MÉDIO
Premiê nega ter sido subornado por empresário
Sharon depõe sobre escândalo de corrupção que ameaça derrubá-lo
ERIC SILVER
DO "INDEPENDENT", EM JERUSALÉM
Menos de uma semana depois
de o premiê de Israel, Ariel Sharon, ter colocado em risco a sua
coalizão ao anunciar um plano
para a remoção de assentamentos
na faixa de Gaza, os israelenses estão se perguntando se a Justiça
permitirá que ele permaneça no
cargo para levar adiante o projeto.
Ontem Sharon foi questionado
por mais de duas horas sobre um
escândalo de corrupção que pode
forçá-lo a deixar o cargo.
Sharon negou envolvimento
com o caso e acrescentou que não
tinha conhecimento dos negócios
de seu filho Gilad com o empreendedor imobiliário David Appel.
O empresário foi indiciado, no
mês passado, sob a acusação de
ter subornado Sharon, seu filho
Gilad e o vice-premiê, Ehud Olmert, no final dos anos 90.
Na época, Sharon era chanceler,
e Appel queria o seu apoio em
empreendimentos imobiliários
em uma ilha grega e em Jerusalém
-Olmert era o prefeito da cidade.
Gilad foi contratado para prestar consultoria, recebendo US$
590 mil, apesar de não ter experiência. Outros US$ 100 mil foram
destinados ao rancho de Sharon.
A dúvida é se Sharon sabia que
estava sendo subornado e não
apenas ajudando um amigo. A expectativa é de que a decisão sobre
o indiciamento ou não de Sharon
seja divulgada em dois meses.
Críticos de Sharon o acusam de
ter lançado o plano de Gaza apenas para desviar a atenção da investigação sobre o seu envolvimento com a corrupção.
Ben Caspit comentou, no diário
israelense "Maariv", que o premiê
está tentando retirar as investigações sobre ele da mídia.
Já David Kimche, ex-diretor-geral da Chancelaria, afirmou que
Sharon "está sacrificando a faixa
de Gaza para poder preservar o
máximo possível da Cisjordânia
nas mãos israelenses", e não para
ofuscar as investigações sobre ele.
A maioria dos israelenses, segundo pesquisas, apóia a remoção dos assentamentos da Cisjordânia. Mais da metade diz acreditar que Sharon esteja envolvido
com corrupção.
Jibril Rajoub, assessor de segurança nacional da Autoridade Nacional Palestina, afirmou: "Espero
que Sharon não nos esteja enganando. A questão é se tal iniciativa
[remoção das colônias] é o fim do
processo ou se é o começo do fim
da ocupação e dos assentamentos, até mesmo na Cisjordânia".
Com agências internacionais
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