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ANÁLISE
Republicanos vão acusar Kerry de "esquerdismo"
ROBIN TONER
DO "NEW YORK TIMES"
Os republicanos e seus aliados
começaram a dar os passos iniciais em uma conhecida linha de
ataque contra o senador John
Kerry: que ele está "fora de sintonia" com a maior parte dos eleitores, "culturalmente desalinhado
com o restante dos EUA" e que é
um homem que vota com "os extremistas de seu partido", como
Ed Gillespie, presidente do Comitê Republicano Nacional, colocou
recentemente.
Em resumo, ele é um esquerdista de Massachusetts. É uma acusação que se provou devastadora
contra Michael Dukakis, o candidato democrata em 1988.
Alguns dos temas polêmicos
que polarizaram os eleitores naquela época talvez não tenham a
mesma força hoje, mas foram
substituídos por outros.
Neste ano, a imagem esquerdista do Estado está sendo mais uma
vez renovada. A corte mais alta do
Estado afirmou, anteontem, que
pessoas do mesmo sexo devem
ter o direito de casar -e não apenas estabelecer uniões civis.
Líderes conservadores disseram
que a decisão da corte somente reforça a necessidade de uma emenda constitucional que restrinja o
casamento apenas para duplas
heterossexuais. O presidente
George W. Bush parece cada vez
mais propenso a apoiar tal medida. Kerry afirma apoiar uniões civis, e não casamentos gays, mas se
opõe à emenda constitucional.
A equipe de Kerry, que inclui
muitos que trabalharam na campanha de Dukakis, diz que não repetirá os erros de 1988, quando o
então candidato foi visto como
excessivamente passivo. "As táticas velhas dos cães de ataque republicanos não funcionarão", diz
David Wade, um porta-voz de
Kerry, acrescentando que eles estarão competindo contra um "democrata que lutou por seu país na
guerra, que, como promotor público, colocou criminosos atrás
das grades, defendeu no Senado
Orçamentos sem déficits e apoiou
os veteranos de guerra".
Os republicanos dizem que o
problema de Kerry são os seus votos no Congresso. Gillespie afirma
que a atuação parlamentar de
Kerry é, por alguns parâmetros,
ainda mais esquerdista do que a
do mais antigo senador de Massachusetts, Edward Kennedy, um
outro ícone do esquerdismo.
Kerry e seus aliados descartam
essa caracterização, observando,
por exemplo, que ele foi um dos
primeiros democratas a apoiar
uma medida para reduzir o déficit
orçamentário. "É difícil demonizar como um esquerdista irresponsável alguém que prendeu criminosos e atirou em comunistas.
Esse é o histórico de John Kerry.
Ele votou em algumas coisas que
são impopulares, mas Bush também fez isso", afirma o deputado
democrata Barney Frank.
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