São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2005

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DIPLOMACIA

Secretária dos EUA recomenda a Moscou que fortaleça o Estado de Direito se quiser melhores relações com o Ocidente

Rice critica retrocesso democrático russo

DA REUTERS

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, disse ontem que a Rússia precisa modificar o que Washington considera retrocesso em relação à democracia se Moscou quiser relações sólidas com o Ocidente.
A ex-especialista em União Soviética, em sua primeira viagem ao exterior como a chefe da diplomacia americana, se encontraria ainda ontem com seu colega russo, Sergei Lavrov, em Ancara (Turquia). Nessa reunião, esperava-se também que ela pressionasse os russos a respeito das ambições nucleares do Irã.
"Obviamente nós temos preocupações... É importante que a Rússia deixe claro para o mundo que está compromissada com o fortalecimento do Estado de Direito e do papel de um Judiciário independente, permitindo imprensa livre e independente, claro", disse Rice numa entrevista coletiva em Varsóvia, escala em sua viagem à Turquia. "Tudo isso é base da democracia."
No ano passado, os EUA começaram a manifestar sua preocupação a respeito do que chamou de retrocesso russo. Rice disse que ela continuará a expressar essa preocupação na esperança de melhorar as relações.
"Nós realmente acreditamos que uma fundação mais democrática na Rússia irá de fato fortalecer e dar substância real a uma relação profunda com as democracias da Europa e com os EUA."
Em meio a um tour por oito países da Europa e do Oriente Médio, no qual uma das principais metas é reparar os laços com países, como a Rússia, que se opuseram à invasão do Iraque, Rice reclamou que o Kremlin tem acumulado poder demais e relatou preocupações sobre a imparcialidade do Judiciário.
Rice irá igualmente pressionar a Rússia a suspender o fornecimento de combustível para um reator iraniano, no momento em que os EUA intensificam sua pressão para evitar que o Irã consiga construir uma bomba nuclear.
Teerã nega que esteja desenvolvendo esse tipo de armamento e diz que seu programa nuclear é para fins pacíficos, como a geração de energia.

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