São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2005

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IRAQUE

Apuração coloca os xiitas laicos em desvantagem

Com mais votos, xiitas religiosos exigem ter premiê no novo governo

DA REDAÇÃO

A coligação de religiosos xiitas exigiu ontem pela primeira vez que lhe seja entregue o posto de primeiro-ministro no Iraque. "Temos essa exigência e não abriremos mão dela", disse à Reuters o vice-ministro das Relações Exteriores, Hamed Al Bayati.
Ele lidera o Conselho Supremo para a Revolução Islâmica, grupo de ponta na Aliança Iraquiana Unida, montada com 22 partidos por aiatolás próximos do Irã.
A declaração de Bayati coincide com a divulgação de novos resultados da eleição de domingo que escolheu os 275 membros da nova Assembléia iraquiana.
Embora as apurações privilegiem as Províncias xiitas -os votos das regiões sunitas foram prejudicados pela alta abstenção-, a aliança continua a manter dois terços dos votos, enquanto os xiitas laicos, comandados pelo atual primeiro-ministro Iyad Allawi, um aliado dos americanos, têm modestos 18%.
Os nomes já cogitados para primeiro-ministro são o de Ibrahim Jaafari, dirigente do Dawa, um dos partidos da aliança, e Adel Abudil Mahdi, do Conselho Supremo da Revolução.
Os sunitas, por meio de seu conselho de clérigos, voltaram ontem a insistir que só participam da redação da nova Constituição, uma das tarefas da Assembléia, se os EUA fixarem um cronograma para o fim da ocupação militar.

Quatro americanos mortos
Com a intensificação de atentados após as eleições, forças insurgentes mataram quatro soldados americanos e ainda quatro iranianos, segundo a Associated Press, ou sete, segundo a Reuters.
Terroristas ainda mataram um vereador de Bagdá, Abbas Waheed. Os quatro americanos morreram em dois ataques separados na noite de sexta, nas imediações de Beiji, a 350 km ao norte de Bagdá. Eles foram atingidos por bombas colocadas nas estradas.
Quantos aos militares iraquianos, eles foram atingidos em comboios por bombas nas imediações de Basra, região xiita.
Enquanto isso, um primeiro e enigmático contato foi feito ontem pela manhã pelos seqüestradores da jornalista italiana Giuliana Sgrena. Nenhuma voz, apenas música, foi ouvida em ligação feita a partir de seu celular.


Com agências internacionais

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