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ÁSIA
Presidente sul-coreano pede a Washington que não vá "longe demais" em relação à Coréia do Norte
Coréia do Sul pede "moderação" aos EUA
DA REDAÇÃO
O presidente da Coréia do Sul,
Roh Moo-hyun, pediu moderação aos EUA ao lidar com a Coréia
do Norte e disse que a interceptação de um avião de reconhecimento americano por caças norte-coreanos era "previsível".
Os EUA, após classificarem o
incidente como "imprudente",
anteontem, enviaram 24 bombardeiros B-1 e B-52 à ilha de Guam,
no Pacífico, para deter possíveis
agressões de Pyongyang.
Mas o ministro sul-coreano encarregado das relações com a Coréia do Norte disse ontem que os
temores de um ataque americano
ao país não tinham fundamento.
A Coréia do Sul não comentou o
envio dos bombardeiros.
Roh, em uma entrevista ao jornal britânico "The Times", afirmou que o incidente do domingo
-em que dois MiG-29 e dois presumidos MiG-23 norte-coreanos
interceptaram um RC-135 americano em espaço aéreo internacional sobre o mar do Japão e chegaram a uma distância de 15 metros
do jato ao escoltá-lo por 20 minutos a 240 km da costa da Coréia do
Norte- era parte de uma "cadeia
de eventos muito previsível" por
causa da crescente vigilância aérea dos EUA das atividades nucleares da Coréia do Norte.
Mas, em observações que demonstram as diferenças entre o
novo governo de Seul e o governo
dos EUA, que Pyongyang vem
tentando intensificar e explorar,
Roh não condenou claramente a
Coréia do Norte.
"Estou exortando os EUA a não
irem longe demais", disse Roh,
que defende a aproximação entre
as duas Coréias.
Washington afirmou que protestaria formalmente contra o incidente -o primeiro do gênero
desde que um avião de reconhecimento dos EUA foi abatido no espaço aéreo internacional em 1969.
Os jornais americanos "Los Angeles Times" e "The Washington
Post" afirmaram ontem que, segundo fontes no governo de
George W. Bush, os EUA já estariam resignados a uma Coréia do
Norte com capacidade nuclear.
Washington negou. "Não sei de
onde veio isso", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Líderes democratas criticaram
ontem a forma pela qual Bush
vem lidando com a questão. William Perry, secretário da Defesa
de 1994 a 1997 (governo Clinton),
afirmou que a Coréia do Norte é
"o lugar mais perigoso do mundo" hoje, mas que, mesmo assim,
"a Casa Branca segue sentada".
O líder democrata no Senado,
Tom Daschle, apresentou o primeiro relatório do Grupo Conselheiro de Democratas no Senado
para Assuntos de Segurança Nacional, presidido por Perry e que
inclui a ex-secretária de Estado
Madeleine Albright.
O relatório afirma que a iniciativa da Coréia do Norte de retomar
seu programa de plutônio, intensificando temores de que irá retomar seu programa de armas nucleares, cria "o fantasma de armas
nucleares nas mãos de grupos terroristas e Estados delinquentes".
"É um fracasso maciço das políticas americanas de combate à proliferação e ao terrorismo."
Com agências internacionais
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