UOL


São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ÁSIA

Presidente sul-coreano pede a Washington que não vá "longe demais" em relação à Coréia do Norte

Coréia do Sul pede "moderação" aos EUA

DA REDAÇÃO

O presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, pediu moderação aos EUA ao lidar com a Coréia do Norte e disse que a interceptação de um avião de reconhecimento americano por caças norte-coreanos era "previsível".
Os EUA, após classificarem o incidente como "imprudente", anteontem, enviaram 24 bombardeiros B-1 e B-52 à ilha de Guam, no Pacífico, para deter possíveis agressões de Pyongyang.
Mas o ministro sul-coreano encarregado das relações com a Coréia do Norte disse ontem que os temores de um ataque americano ao país não tinham fundamento. A Coréia do Sul não comentou o envio dos bombardeiros.
Roh, em uma entrevista ao jornal britânico "The Times", afirmou que o incidente do domingo -em que dois MiG-29 e dois presumidos MiG-23 norte-coreanos interceptaram um RC-135 americano em espaço aéreo internacional sobre o mar do Japão e chegaram a uma distância de 15 metros do jato ao escoltá-lo por 20 minutos a 240 km da costa da Coréia do Norte- era parte de uma "cadeia de eventos muito previsível" por causa da crescente vigilância aérea dos EUA das atividades nucleares da Coréia do Norte.
Mas, em observações que demonstram as diferenças entre o novo governo de Seul e o governo dos EUA, que Pyongyang vem tentando intensificar e explorar, Roh não condenou claramente a Coréia do Norte.
"Estou exortando os EUA a não irem longe demais", disse Roh, que defende a aproximação entre as duas Coréias.
Washington afirmou que protestaria formalmente contra o incidente -o primeiro do gênero desde que um avião de reconhecimento dos EUA foi abatido no espaço aéreo internacional em 1969.
Os jornais americanos "Los Angeles Times" e "The Washington Post" afirmaram ontem que, segundo fontes no governo de George W. Bush, os EUA já estariam resignados a uma Coréia do Norte com capacidade nuclear.
Washington negou. "Não sei de onde veio isso", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
Líderes democratas criticaram ontem a forma pela qual Bush vem lidando com a questão. William Perry, secretário da Defesa de 1994 a 1997 (governo Clinton), afirmou que a Coréia do Norte é "o lugar mais perigoso do mundo" hoje, mas que, mesmo assim, "a Casa Branca segue sentada".
O líder democrata no Senado, Tom Daschle, apresentou o primeiro relatório do Grupo Conselheiro de Democratas no Senado para Assuntos de Segurança Nacional, presidido por Perry e que inclui a ex-secretária de Estado Madeleine Albright.
O relatório afirma que a iniciativa da Coréia do Norte de retomar seu programa de plutônio, intensificando temores de que irá retomar seu programa de armas nucleares, cria "o fantasma de armas nucleares nas mãos de grupos terroristas e Estados delinquentes". "É um fracasso maciço das políticas americanas de combate à proliferação e ao terrorismo."


Com agências internacionais


Texto Anterior: Terrorismo: Explosão de carro-bomba mata 7 na Colômbia
Próximo Texto: Panorâmica - China: Prioridade é o desemprego, diz premiê
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.