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ELEIÇÃO NOS EUA
Presidente republicano tem grande vantagem sobre rival democrata no que se refere à arrecadação de fundos
Bush tem US$ 102 milhões a mais que Kerry
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
Na corrida pela Casa Branca,
George W. Bush saiu na frente.
Dados da Comissão Federal Eleitoral mostram que a campanha
pela reeleição do presidente tem
US$ 104 milhões em caixa. O seu
provável adversário, o pré-candidato democrata Jonh Kerry, conta
com US$ 2 milhões.
Mas, apesar de serem concorrentes, Bush e Kerry têm doadores em comum. No entanto boa
parte dos principais apoiadores
financeiros de Kerry contribuiu
com mais dinheiro para a campanha de Bush.
No total, 9 dos 20 mais importantes financiadores de Kerry privilegiaram Bush em detrimento
do democrata.
Os dados foram compilados pelo Center for Responsive Politics,
organização apartidária localizada em Washington.
O terceiro maior doador para o
democrata, o Citigroup, doou
aproximadamente US$ 79 mil. O
vice-presidente do grupo, Louis
Susman, está entre os mais importantes arrecadadores de fundos para a campanha do senador
de Massachusetts.
O gigantesco grupo financeiro,
porém, desembolsou US$ 187 mil
para o esforço da reeleição do republicano.
O Goldman Sachs contribuiu
com US$ 65 mil para Kerry, o que
colocou o banco na sexta colocação do ranking de seus doadores.
John Edwards e Howard Dean, fora da disputa, obtiveram do banco US$ 91,7 e US$ 24,5 mil, respectivamente.
Para Bush, o Goldman Sachs e
seus funcionários ofertaram US$
283 mil.
De acordo com o levantamento
do centro, as cifras correspondem
a um ano de arrecadação de fundos. O período estudado vai de 1º
de janeiro de 2003 a 30 de janeiro
de 2004.
No final de janeiro deste ano, a
candidatura de Kerry ainda não
contava com o prestígio político
de hoje. Mesmo com a nomeação
do democrata, o abismo financeiro entre os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos deve
permanecer. A previsão é de Steve
Weiss, do Center for Responsive
Politics. "Bush vai continuar a ter
muito mais dinheiro que Kerry. A
estratégia de Kerry é não deixar
essa margem de vantagem de
Bush crescer", avaliou.
O democrata lançou um plano
ambicioso para arrecadar US$ 105
milhões para a sua campanha. Até
maio, o objetivo é obter pelo menos US$ 15 milhões. Em breve,
Kerry planeja visitar 20 cidades
nos Estados Unidos para angariar
fundos.
Mas retórica usada por Kerry de
ser um candidato sem vínculos
com as grandes corporações pode
ser uma armadilha para os cofres
da campanha.
"Esse tipo de discurso vai criar
dificuldades para atrair grandes
doações. Claro que haverá sempre aqueles que vão fazer contribuições para criar laços com
Kerry, caso ele vença, e aqueles
que doam por apoio à causa do
democrata", disse Weiss.
Por enquanto, a pujança financeira de Bush prevalece. Impulsionada pelo caixa reforçado, a
campanha com anúncios televisivos pela reeleição já foi lançada
nesta semana.
Kerry ainda tem de investir as
suas forças na batalha pela nomeação. O pré-candidato ainda
precisa de mais 600 delegados para assegurar a indicação oficial.
No caso de Bush, dois terços dos
principais doadores pertencem
ao mundo corporativo ou financeiro. O maior doador de Bush é o
banco Merril Lynch, com US$ 458
mil, ainda segundo o Center for
Responsive Politics.
Já as bases de apoio financeiro
do democrata são grandes escritórios de advocacia, que respondem por mais da metade das doações. O escritório Robins, Kaplan,
Miller & Ciresi, por exemplo,
doou US$ 92,000 para Kerry e
apenas US$ 4,000 para Bush. O
primeiro colocado na lista de
Kerry, com quase US$ 106 mil, é o
escritório Skadden, Arps et al.
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