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DIREITOS HUMANOS
Relatório da Anistia Internacional diz que 1 bilhão de mulheres já foram espancadas ou estupradas
20% das mulheres são alvo de estupro
DA REDAÇÃO
De cada cinco mulheres no
mundo, uma será vítima ou sofrerá uma tentativa de estupro até o
fim de sua vida. Com a apresentação de estatísticas como essa, a organização não-governamental
Anistia Internacional lançou ontem, em Londres, uma campanha
com o objetivo de combater a violência contra as mulheres.
"Não é algo que só acontece lá
longe e com outras pessoas.
Acontece aqui, com você, suas
amigas e sua família. Não vai parar até que todos nós, homens e
mulheres, digamos "não, não vou
deixar isso acontecer'", afirmou
Irene Khan, secretária-geral da
Anistia Internacional.
De acordo com os dados compilados no relatório "Está em nossas
Mãos. Basta à Violência contra a
Mulher", 1 bilhão de mulheres, ou
uma em cada três do planeta, já
foram espancadas, forçadas a ter
relações sexuais ou submetidas a
algum outro tipo de abuso.
Com bastante freqüência, a violência é cometida por um amigo
ou parente.
Um dos pontos que a organização de defesa dos direitos humanos quer destacar em sua campanha é que o problema não se restringe aos países mais atrasados.
Nos Estados Unidos, uma mulher
é agredida por seu marido ou parceiro a cada 15 segundos. Na
França, 25 mil mulheres são estupradas por ano.
A ONG destaca ainda em seu
documento que a quantidade de
casos relatados é bem menor do
que o número de incidentes que
efetivamente acontece: "Atrás das
portas, em segredo, as mulheres
são submetidas à violência por
seus parceiros e parentes. Envergonhadas e com medo de fazer
denúncias, elas raramente são levadas a sério quando decidem ir
adiante".
No relatório, a Anistia afirma
que as mulheres sofrem principalmente durante as guerras:
"Das soldadas crianças que são
rotineiramente estupradas em
suas próprias tropas e das mulheres e garotas civis que são mutiladas, estupradas e assassinadas como armas da guerra até o aumento da violência dentro das famílias
quando os soldados voltam do
front -os conflitos armados estão produzindo um impacto desesperador e devastador nas mulheres que vai muito além da inerente violência da guerra".
Hollywood
Presente no lançamento da
campanha da Anistia Internacional, o ator inglês Patrick Stewart
(conhecido principalmente por
interpretar o capitão Jean-Luc Picard na série "Jornada nas Estrelas. A Nova Geração") acusou
Hollywood de ser culpada por
exibir cenas de violência contra as
mulheres: "A indústria do entretenimento tem sido extremamente irresponsável por perpetuar e
estereotipar as atitudes violentas
de homens contra mulheres. É
uma abordagem preguiçosa e
sensacionalista".
Stewart foi particularmente duro em relação ao diretor norte-americano Quentin Tarantino e a
seu filme "Kill Bill" (ainda inédito
no Brasil). "Eu condeno enfaticamente filmes como "Kill Bill", que
alegam dar poder às mulheres.
Aparentemente, eles dão poder às
mulheres para matar outras mulheres. Essa foi a mensagem que o
filme me passou", disse o ator.
Com agências internacionais
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