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"Uso da força" no mundo leva Rússia a mudar doutrina militar
Anúncio ocorre em meio a tensão crescente causada pelo sistema de defesa que os EUA querem instalar em dois países europeus da antiga esfera soviética
DA REDAÇÃO
Evocando a necessidade de
acompanhar o papel crescente
da força nas relações internacionais, a Rússia anunciou ontem que está revendo a doutrina militar do país para ampliar
sua capacidade de defesa.
O anúncio do Conselho de
Segurança, órgão subordinado
à Presidência, ocorre em meio à
tensão recente entre a Rússia e
os Estados Unidos, intensificada pela decisão americana de
estender seu controvertido escudo antimísseis a dois países
da antiga esfera soviética, República Tcheca e Polônia.
As explicações dos EUA de
que o alvo do sistema não é a
Rússia, mas um possível ataque
de mísseis de países como Irã e
Coréia do Norte, não convenceram o Kremlin, que ameaçou
abandonar um acordo de desarmamento da época da Guerra Fria e até usar a força contra
Polônia e República Tcheca.
Ontem, um general russo
voltou à carga. ""Uma vez que os
elementos de defesa contra
mísseis são protegidos de forma frágil, todos os nossos modelos de aeronave são capazes
de aplicar medidas eletrônicas
contra eles ou destruí-los fisicamente", disse o general Igor
Khvorov, chefe da força estratégica de bombardeiro.
O comunicado sobre a nova
doutrina militar russa menciona o fortalecimento da Otan
(aliança militar ocidental) como um dos motivos para a revisão. Mudanças geopolíticas e o
desenvolvimento econômico
da Rússia, segundo o comunicado, requerem ajustes na doutrina em vigor desde 2000.
Resposta a Putin
Num discurso de rara contundência, pronunciado durante uma conferência de defesa realizada na Alemanha, no
mês passado, o presidente Vladimir Putin criticou a expansão
da Otan para o leste da Europa
e acusou os EUA de tornarem o
mundo menos seguro com o
uso desmedido da força.
O anúncio da nova doutrina
parece uma resposta às preocupações de Putin. "Uma análise
da situação internacional mostra que a força militar se tornou
um fator crescentemente importante na política das nações
líderes", diz o comunicado do
Conselho de Segurança.
Diante desse quadro, a avaliação é que a Rússia precisa
modernizar seu poderio bélico.
"Meios de guerra modernos
estão sendo implementados
ativamente, modos de usar a
força estão sendo revistos, a
configuração da presença militar está mudando e as alianças
militares, particularmente a
Otan, estão sendo fortalecidas", prossegue o anúncio.
"As Forças Armadas continuam sendo usadas como o
principal instrumento para obter metas políticas e econômicas."
Com agências internacionais
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