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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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ATAQUE DO IMPÉRIO

AÇÃO MILITAR

Americanos teriam feito incursão ao centro da capital e matado adversários; Iraque desmente

Luta em Bagdá mata mil, dizem EUA

Associated Press
Iraquianos observam veículo blindado destruído na capital do país.


DA REDAÇÃO

O comando militar dos EUA informou ontem que um "significativo número" de soldados norte-americanos atingiu o "coração de Bagdá", um dia depois de anunciar a tomada do aeroporto internacional da cidade.
Militares americanos disseram ao jornal "The New York Times" e à agência France Presse que ao menos mil iraquianos morreram em confrontos com as forças invasoras nas ruas da capital.
Se confirmada a movimentação, seria a primeira operação de soldados norte-americanos dentro de Bagdá. O ministro da Informação do Iraque, Mohammed Said al Sahaf, negou a informação, sustentando que "estava tudo bem" na capital.
De acordo com o capitão Frank Thorp, um dos porta-vozes do comando militar dos EUA, unidades de combatentes teriam se movimentado dentro "do coração de Bagdá". O porta-voz se recusou a especificar a que se referia como "coração da cidade". "Temos soldados em Bagdá. Eles estão no meio da cidade, e continuaremos a nos movimentar", disse Thorp.
Um correspondente da agência Reuters afirmou ter percorrido, de carro, bairros no centro e na região sul (onde os norte-americanos concentram suas tropas) e não ter visto sinais de passagem de soldados da coalizão. Desde 1941, quando houve uma intervenção militar britânica para destituir o governo iraquiano pró-nazista, Bagdá não sofria entrada de tropas invasoras.
Mas segundo a rede CNN, soldados do 7º Regimento de Cavalaria e fuzileiros navais teriam alcançado áreas centrais da cidade após combates com iraquianos nos subúrbios de Bagdá.
O enviado do "New York Times" sustentou que militares norte-americanos teriam iniciado uma incursão ao amanhecer de ontem, em Bagdá, com uma coluna de veículos blindados.
A coluna de 60 veículos, entre os quais pelo menos 20 tanques Abrams e dez veículos de combate Bradley, teria deixado suas posições a sudeste e se movimentado por algumas das principais vias em direção ao centro, em missão de reconhecimento. Em seguida, rumou para o aeroporto (a oeste), que concentra tropas dos EUA.
Fontes americanas citadas pelo ""Times" disseram que entre 600 e 1.500 soldados iraquianos ofereceram resistência ao longo do percurso. Essas mesmas fontes estimaram a morte de ao menos mil homens. Segundo a France Presse, o piloto americano de um tanque atingido também morreu.
De acordo com a agência, uma testemunha do combate na capital disse: "Era o inferno. Era um campo de batalha".
"Operações desse tipo vão continuar. Mas a guerra está longe de terminar", afirmou o general americano Victor Renuart.
O "passeio" teria dois objetivos: testar as defesas iraquianas e apresentar uma demonstração de que o poderio bélico americano pode chegar onde quiser no território iraquiano.
Horas depois da incursão, membros armados da milícia Fedayin, que é comandada por um dos filhos de Saddam, Uday, teriam, segundo a Associated Press, assumido posições ao largo de vias da cidade. Era a primeira aparição dos fedayin no centro de Bagdá desde que a guerra começou. Supostos civis também vigiavam as ruas, munidos de antigos rifles Kalashnikov.
No avanço à capital iraquiana, os americanos teriam tomado o quartel-general da Divisão Medina da Guarda Republicana (uma das seis), segundo a Reuters.
De sua parte, o ministro de Informação do Iraque afirmou que Bagdá permanece "firmemente" sob controle do regime e negou que tropas da coalizão tivessem alcançado o centro da capital.
Al Sahaf disse que as forças norte-americanas que invadiram o aeroporto haviam "sido aniquiladas" durante a madrugada de ontem em ofensiva de retomada por parte de membros de elite da Guarda Republicana. O comando militar dos EUA assegura que mantém o controle do aeroporto.

Com agências internacionais

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