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VOTO À DISTÂNCIA
Franco-brasileiros repudiam extrema direita de Jean-Marie Le Pen
No Brasil, Chirac repete a vitória
MIRELLA DOMENICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O favoritismo do candidato
Jacques Chirac se confirmou
nas eleições francesas realizadas
ontem no Brasil. Dos 3.106 inscritos para votar no Consulado
Geral da França em São Paulo
-a maior zona eleitoral no
país, seguida dos consulados do
Rio de Janeiro (3.029) e do Recife (499) e da Embaixada da
França em Brasília (240)-
compareceram 1.046 pessoas.
Dessas, 954 votaram em Chirac
e 60 em Jean-Marie Le Pen.
Houve 32 votos brancos/nulos.
O que levou muitos eleitores
às urnas foi o ataque à extrema
direita de Le Pen, afirmavam os
eleitores que compareceram ao
consulado. Os brasileiros naturalizados franceses estavam
também preocupados com a
política de imigração de Le Pen,
que prevê o controle de fronteiras e o que ele chama de "preferência nacional" em todas as
áreas, dando prioridade a franceses na habitação, no emprego
e na assistência social.
"Se Le Pen colocar em prática
sua política de imigração, ficará
muito mais difícil para eu estudar ou morar na França", disse a
estudante Paula Jorge, 24, que
tem cidadania francesa.
Os eleitores eram discretos ao
revelar seus votos. O único entrevistado que disse ter votado
em Le Pen foi o engenheiro Jean
Gentil, 47, que vive há 35 anos
no Brasil. Ele veio para cá com a
família porque o pai havia arrumado emprego. Gentil já havia
votado para Le Pen no primeiro
turno. "Acredito nas idéias separatistas de Le Pen. Acho que a
França tem de se separar da
União Européia e tem de voltar
a ter sua moeda própria para
crescer."
O economista Patrick Crosset,
42, que vive há três anos no Brasil, é contra a política de Le Pen.
"É muito contraditório viver fora da França, ser um imigrante
em outro país, e votar em Le
Pen. Ele não quer estrangeiros".
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