São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Acerto, ainda não confirmado por Israel, prevê exílio de seis palestinos na Itália e transferência do restante a Gaza

Acordo pode encerrar cerco a igreja de Belém

DA REDAÇÃO

Palestinos e israelenses teriam chegado a um acordo com o objetivo de encerrar o cerco à igreja da Natividade, em Belém.
Segundo fontes palestinas e israelenses, os dois lados acertaram que dos 40 militantes procurados por Israel que estariam dentro da igreja, seis seriam exilados na Itália e o restante deveria partir para a faixa de Gaza. As demais pessoas refugiadas no local poderiam voltar para as suas casas.
Autoridades do Exército de Israel não confirmaram o acordo, mas disseram que grandes progressos foram realizados.
O cerco começou em 2 de abril, durante invasão israelense, quando militantes armados palestinos buscaram refúgio na igreja onde, de acordo com a tradição cristã, nasceu Jesus. Cerca de uma centena de civis e religiosos também se encontravam ali dentro.
O governo do premiê Ariel Sharon exigia que os militantes se entregassem ou fossem enviados ao exílio. Os palestinos sugeriam a transferência de todos para a faixa de Gaza.
Sharon estaria sob pressão de Washington para aceitar um acordo antes de se reunir amanhã com o presidente dos EUA, George W. Bush.
A edição eletrônica do diário "Haaretz" informou ontem que um membro do grupo extremista Hamas se entregou ao Exército em frente à igreja de Belém.
Israel se retirou das outras grandes cidades da Cisjordânia reocupadas na operação "Muro Protetor", ofensiva lançada para "destruir a infra-estrutura do terror". Mas continua as cercando e realizando incursões diárias. Ontem, por exemplo, foi a vez de tropas entrarem de novo em Tulkarem.

Jenin
Uma mulher palestina e dois filhos seus morreram ontem, perto de Jenin, na Cisjordânia, vítimas de um aparente engano do Exército de Israel, que os teria confundido com militantes armados.
Soldados atingiram a família com disparos ao reagir a um ataque ao tanque em que patrulhavam a área com uma bomba na beira da estrada. Funcionário de um serviço de ambulâncias palestino disse que a mulher, de 32 anos, e as crianças, de 3 e 4 anos, catavam uvas num campo próximo no momento da explosão.
"Durante o incidente, as forças avistaram suspeitos fugindo do local da explosão e abriram fogo", disse porta-voz militar israelense. "As Forças de Defesa de Israel lamentam a morte de civis inocentes", acrescentou. O Exército promete investigar o acontecido.
Uma fonte dos serviços de segurança de Israel disse à agência de notícias Reuters que os soldados têm ordens de abrir fogo ao serem atingidos por bombas de estrada, já que os agressores costumam se esconder nas imediações para matar os militares no momento em que abandonam seus blindados.


Com agências internacionais

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