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Americanos reclamam que as sanções ainda em vigor dificultam o trabalho de empresas na reconstrução
EUA se movem para ignorar embargo
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Ao mesmo tempo em que estuda a linguagem da proposta de resolução que levará à ONU, o governo americano se prepara para
passar por cima do embargo imposto ao Iraque caso o Conselho
de Segurança não aprove o texto
que lhe for apresentado.
Funcionários do governo Bush
ouvidos pelo jornal "The Wall
Street Journal" relataram que o
Conselho de Segurança Nacional
estuda alternativas para o caso de
a discussão em Nova York não
chegar a um consenso rápido. Um
dos funcionários, ouvidos sob
anonimato, falou em "encontrar
uma maneira fora daquele sistema", referindo-se à ONU.
As sanções, dizem os funcionários, ameaçam o andamento da
reconstrução do Iraque, já que as
empresas americanas que assumiram a tarefa não podem mover
seus equipamentos para dentro
do país nas atuais condições.
A Bechtel, companhia da Califórnia que tem o maior contrato
concedido até aqui pelo governo
dos EUA, disse esperar o fim das
sanções para levar ao país coisas
como geradores de energia.
Segundo as determinações do
Conselho de Segurança em vigor,
uma companhia estrangeira depende do aval da ONU para efetuar qualquer transação com o Iraque. Cabe à ONU, por meio do
programa Petróleo por Comida,
controlar o dinheiro usado pelos
iraquianos para pagar suas importações.
Antes de decidir se ignora ou
não essa norma, porém, o governo americano deverá fazer uma
tentativa diplomática, apresentando, talvez já nesta semana,
uma proposta de resolução que
coloque fim ao embargo.
O texto está sendo preparado
por Condoleezza Rice, assessora
de Segurança Nacional da Casa
Branca. Sua tarefa é encontrar um
caminho em meio a diferentes visões internas no governo.
O Pentágono defende uma resolução que derrube de vez as sanções. Já o Departamento de Estado prefere ação gradual, em que o
embargo caia progressivamente.
Segundo o diário "USA Today", o
presidente George W. Bush está
mais próximo de encampar a posição do Pentágono.
Enquanto a discussão prossegue em Nova York e em Washington, a equipe de assistência humanitária da ONU, que acaba de voltar a Bagdá, diz que quer trabalhar nas brechas não cobertas pelo governo interino dos EUA.
"Nosso objetivo não é tomar o lugar da administração", disse Ramiro Lopes da Silva, coordenador
da equipe da ONU.
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