São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004

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Mídia dos EUA foi lenta no caso

DO "FINANCIAL TIMES"

A mídia americana demorou para dar destaque às alegações de abusos cometidos por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, em Bagdá, embora as fotos de tortura e tratamento humilhante de presos iraquianos tenham sido veiculadas, em primeira mão, pela rede de TV dos EUA CBS na semana passada.
Nos últimos dias, diante da repercussão mundial, emissoras de TV e jornais do país entraram com força na cobertura. Ontem, a CNN noticiou, sob o título "Controle de prejuízos", as entrevistas do presidente George W. Bush a dois canais de TV árabes.
Nesta semana, diversos jornais dos EUA publicaram editoriais. O "Tampa Tribune", da Flórida, qualificou as denúncias como "um desastre político e militar".
As acusações do tratamento brutal de prisioneiros iraquianos vieram a público, pela primeira vez, em 28 de abril, quando o programa "60 Minutes", da CBS, mostrou algumas das fotos que chocaram o mundo.
No dia seguinte, jornais importantes relataram o programa, mas de forma sucinta. Apenas o "Baltimore Sun", de Baltimore (Maryland, Costa Leste), publicou uma longa reportagem.
Na sexta-feira passada, as fotos eram notícia em todo o mundo. Mas só no sábado os jornais americanos publicaram as imagens.
A CBS já tinha as fotos havia várias semanas, mas retardou sua divulgação a pedido do general Richard Myers, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, que alegou que sua divulgação poderia resultar em maus-tratos a reféns americanos capturados no Iraque. A rede decidiu mostrá-las quando soube que a revista "The New Yorker" também as possuía.


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