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PARLAMENTO
Decisão foi por 17 a 13
Senado uruguaio veta legalização do aborto
DA REDAÇÃO
O Senado do Uruguai rejeitou
ontem um projeto de lei que poderia ter feito daquele país o primeiro na América Latina a legalizar a prática do aborto.
Por 17 votos a 13, o plenário forçou o arquivamento das Normas
para Defesa da Saúde Reprodutiva, que haviam sido aprovadas
pela Câmara dos Deputados em
dezembro último.
Os senadores rejeitaram o argumento da esquerda e de organizações feministas, para as quais a lei
permitiria o fim dos abortos clandestinos e as seqüelas que eles deixam na população feminina.
Especialistas em saúde calculam
que 33 mil abortos são efetuados
anualmente no Uruguai -o país
tem 3,4 milhões de habitantes-,
geralmente em clínicas clandestinas, sem pessoal médico qualificado e sem condições de higiene.
Uma outra estimativa, de técnicos da Unesco, afirma que são 35
mil os abortos praticados por ano,
o que é muito se comparados aos
55 mil nascimentos.
O texto ontem derrotado previa
que a gravidez poderia ser interrompida até a 12ª semana. A cirurgia poderia ser feita pela rede
pública, e as clínicas privadas deveriam fazê-la gratuitamente.
A votação ocorreu nas primeiras horas da madrugada. O projeto foi maciçamente apoiado pela
Frente Ampla, coalizão de esquerda, que lhe deu 12 de seus 13 votos.
Mesmo se tivesse passado pelo
Senado, o projeto seria vetado pelo presidente Jorge Batlle, que
prometera impedir que o aborto
fosse legalizado no Uruguai.
Os partidários do aborto legalizado prometem reapresentar o
projeto a partir de fevereiro do
ano que vem, quando se iniciará
uma nova legislatura cujos integrantes serão eleitos em outubro
próximo.
Com agências internacionais
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