São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2001

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CHINA

Pequim anuncia julgamento

Bush liga a Jiang e pede por americano detido

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, ligou ontem para o seu colega chinês, Jiang Zemin, e expressou sua preocupação com a detenção na China de acadêmicos baseados nos EUA, pedindo que eles recebam "tratamento justo", disse ontem a Casa Branca.
O anúncio da conversa telefônica ocorreu após a divulgação de que haviam sido iniciados os julgamentos de um cidadão americano e uma residente permanente nos EUA acusados de espionar para Taiwan, considerada uma Província rebelde por Pequim.
Washington considera inconsistentes as acusações contra os dois, que estão entre cerca de 30 portadores de passaporte americano detidos pela China nos últimos 12 meses, provocando no Congresso americano pedidos de ação punitiva contra Pequim.
O anúncio dos julgamentos ocorreu no momento em que os dois governos falavam numa melhora nas relações bilaterais, após a crise causada pelo choque de aviões dos dois países no mar do Sul da China, em abril, provocando a morte do piloto chinês e a detenção da tripulação americana na China por 11 dias.
O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, deve visitar a China no final do mês. Bush tem viagem marcada para outubro, quando irá a Xangai e Pequim.
Havia especulação ontem de que os julgamentos poderiam terminar rapidamente com condenações seguidas de deportação.
O cidadão americano é Li Shaomin, professor de economia em Hong Kong, detido em fevereiro e indiciado em maio. A residente permanente é Gao Zhan, professora da Universidade Americana, detida em fevereiro.
O marido de Gao, Xue Donghua, que vive nos EUA com a filha de 5 anos, afirmou ontem ter esperança de que o julgamento seja o prelúdio para a sua libertação. Ele afirmou que ficou preocupado ao ouvir relatos chineses de que sua mulher teria confessado ter espionado. Segundo ele, isso só poderia ter ocorrido sob tortura.
Um funcionário da Casa Branca afirmou que Bush citou em sua conversa com Jiang "áreas de cooperação e discórdia e a necessidade de um diálogo franco".
O Departamento de Estado divulgou um comunicado ontem expressando "profunda perturbação" com os relatos de que Pequim teria intensificado sua "repressão dura" contra os membros do grupo religioso Fa Lun Gong, banido pelo governo comunista.


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