RENATO FRANZINI
de Nova York

O estudante de direito Benjamin Nathaniel Smith, 21, suspeito de ter matado duas pessoas e ferido várias outras em ataques racistas desde a última sexta-feira nos Estados de Illinois e Indiana (Meio-Oeste dos EUA), se suicidou dentro de um carro depois de ter sido perseguido pela polícia, segundo autoridades locais e o FBI (polícia federal americana).
O suicídio aconteceu entre 0h e 1h de ontem (22h e 23h de anteontem no horário local).
Smith é o principal suspeito de ter iniciado na última sexta-feira uma série de ataques contra negros, judeus e asiáticos dentro de um Ford Taurus azul. Depois de atirar, a pessoa fugia.
A polícia tem vários motivos para crer que Smith é o autor dos ataques. Seu carro foi achado no mesmo lugar onde ele roubou uma van (apontando uma arma para a dona do carro) em Ina. Foi nessa van que a polícia o pegou em Salem, 52 km ao norte.
Na van, a polícia encontrou duas armas de mesmo calibre das usadas nos ataques. Smith também tinha uma tatuagem com a inscrição "sabbath breaker" ("transgressor do shabat", o dia sagrado para os judeus, que começa na sexta à noite).
A suspeita é reforçada pelo fato de Smith ter feito parte até maio de um grupo que pregava a supremacia da raça branca, a Igreja Mundial do Criador.
No dia 4 de julho de 98, ele causou polêmica na Universidade Indiana, em Bloomington, onde estudava, por distribuir folhetos de conteúdo racista.
Na sexta, o primeiro alvo dos ataques foram seis judeus ortodoxos que saíam de uma sinagoga. Os seis ficaram feridos.
Na mesma noite, às 20h52, Ricky Byrdsong, negro, ex-técnico de basquete universitário, foi morto quando andava com um filho em Skokie (subúrbio de Chicago). Às 21h21, americanos de origem asiática foram atacados, sem ser atingidos pelos tiros, em outro subúrbio de Chicago.
No sábado de manhã, Smith teria atirado em dois homens negros em Springfield (capital de Illinois), sem atingi-los. No fim da noite, em Urbana, seis descendentes de asiáticos parados numa esquina foram o novo alvo do atirador. Um deles ficou ferido.
No domingo de manhã, foi registrado o último ataque. O estudante coreano Won-Joon Yoon, 26, levou dois tiros nas costas ao sair da Igreja Metodista Coreana Unida em Bloomington, Indiana.
Pat Camden, porta-voz da polícia de Chicago, diz que Smith acertou três tiros em si mesmo, sendo um no queixo. Ele morreu pouco depois no hospital.
O FBI faria ontem checagem de impressões digitais e uma autópsia para confirmar as suspeitas.


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