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ARGENTINA
Presidente deixa o poder este ano, após eleição de outubro
Em discurso, Menem fala em voltar à Presidência em 2003
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
O atual presidente argentino,
Carlos Saúl Menem, quer voltar
para a Casa Rosada em 2003.
Este ano, Menem terá de passar
a faixa presidencial, que usou por
dez anos. Ele tentou encontrar
uma brecha para conseguir se
candidatar uma terceira vez, mas
seus planos foram frustrados. A
Constituição argentina, como a
brasileira, permite apenas uma
reeleição consecutiva.
Na abertura da reunião anual da
ABA (Associação dos Bancos da
Argentina), que tradicionalmente
cabe ao presidente argentino, Menem afirmou que a partir do próximo ano pretende frequentar o
evento como convidado. "E,
quem sabe, daqui a quatro anos,
eu esteja nesse mesmo lugar."
Para realizar seu projeto, alguns
analistas políticos afirmam que
Menem preferiria que o candidato do seu partido, Eduardo Duhalde, perdesse as eleições.
Na opinião de Rosendo Fraga,
analista político, a vitória de Fernando de la Rúa, candidato da
coalizão de oposição (Aliança),
facilitaria o projeto do atual presidente. Num regime que permite a
reeleição, o presidente no poder é
o candidato natural, diz Fraga.
Fraga afirma que, se De la Rúa
vencer a eleição em outubro, Menem seria o líder de uma oposição
forte. Em maio passado, Menem
garantiu a Presidência do PJ (Partido Justicialista) até 2001.
O presidente tem se comportado como se estivesse em campanha. Um dia depois de prometer
apoio absoluto a Duhalde, Menem disse: "Não sou a mesma
pessoa que Duhalde ou que De la
Rúa. Com todo respeito, sou muito superior a eles, anos-luz".
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