São Paulo, terça-feira, 06 de agosto de 2002

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ÁSIA

Seis paquistaneses morreram; nenhum dos alunos, filhos de estrangeiros, ficou ferido

Escola cristã no Paquistão é atacada

DA REUTERS

Seis paquistaneses morreram e ao menos três pessoas ficaram feridas ontem em um ataque a uma escola para filhos de missionários estrangeiros perto de Murree, a cerca de 50 km de Islamabad.
Dois seguranças, um cozinheiro, um carpinteiro e um recepcionista estavam entre os mortos no atentado de ontem de manhã na Escola Cristã de Murree, disse o diretor, Russell Morton.
Nenhum dos 146 filhos de missionários de países como EUA, Reino Unido, Canadá, Alemanha e Nova Zelândia ficou ferido.
A polícia afirmou que era cedo demais para dizer quem estava por trás do ataque, que envolveu pelo menos três homens mascarados armados com fuzis AK-47.
Segundo Morton, os homens entraram no local às 11h15 (2h15 em Brasília) após atirar no segurança na guarita na entrada do terreno da escola e em um paquistanês que passava por ali. Ele disse que os homens entraram então em um recinto quase deserto e começaram a atirar indiscriminadamente após passarem reto por salas onde crianças de seis a 18 anos estavam tendo aula.
Segundo Morton, três seguranças trocaram fogo por 15 minutos com os invasores antes de eles fugirem, aparentemente ilesos.
"Na minha opinião, o objetivo desse ataque era causar problemas às autoridades paquistaneses", afirmou. "A escola existe há 46 anos, e nunca tivemos problemas com a comunidade local."
Desde que o Paquistão começou a apoiar a "guerra ao terror" declarada pelos EUA após o 11 de setembro, houve ao menos três atentados contra a minoria cristã.
Um ataque com uma granada em março matou cinco pessoas em uma igreja protestante em Islamabad frequentada por estrangeiros. Em outubro, 16 cristãos e um muçulmano foram mortos em uma igreja em Bahawalpur.
Cristãos, hindus e fiéis de outras religiões constituem 3% dos cerca de 140 milhões de paquistaneses, majoritariamente muçulmanos.

Consulado dos EUA fechado
Os EUA fecharam seu consulado em Karachi depois que autoridades locais reabriram uma rua diante do edifício, em uma medida considerada por americanos como um risco à segurança, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Philip Reeker.
A rua havia sido fechada com blocos de concreto após um ataque em 14 de junho, em que a explosão de um carro-bomba diante do consulado deixou 12 paquistaneses mortos. Uma das mãos da rua foi reaberta para o tráfego depois, mas o lado mais próximo do consulado permaneceu fechado.



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